Já é claro que Portugal não vai conseguir cumprir o défice de 4,5% no final do ano, por isso a expetativa reside em saber se a troika será sensível à flexibilização ou se imporá mais austeridade.
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Flexibilizar metas ou apertar ainda mais o cinto. São as duas hipóteses assumidas pelo Governo, depois de conhecidos os números da execução orçamental nos primeiros sete meses do ano.
O executivo não esperou pela chegada da troika para avisar que já não vai ser possível corrigir o desvio da receita de forma a fechar o ano com um défice de 4,5 por cento do PIB.
Esta é a meta orçamental prevista pelo memorando de entendimento e esta é a meta que vai estar em cima da mesa na quinta avaliação da troika.
A necessidade de encontrar uma solução para o risco de derrapagem orçamental, surge numa altura em que o Governo esboça o Orçamento do Estado para o próximo ano e precisa de tomar decisões.
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho assumiu desde logo que o chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes salariais na função pública vai implicar medidas partilhadas por todos os portugueses.
As instituições que emprestam dinheiro a Portugal vão ainda analisar de que forma o país tem posto em prática as reformas previstas pelo memorando de entendimento.
Da renegociação das Parcerias Público Privadas (PPP) à reforma das finanças locais e regionais, passando pelo sector da energia, pelo dossier dos portos ou ainda pelas mudanças no código do trabalho.
Em cima da mesa, a troika e o Governo português vão ter ainda o calendário para avaliar se Portugal pode mesmo voltar aos mercados já no próximo ano.