Em matéria de corte de salários, a troika admite que, não sendo obrigatório, será «inevitável» que o sector privado siga o sector público.
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Depois dos cortes dos subsídios de férias e de Natal no sector público, o sector privado deverá seguir o mesmo caminho. É pelo menos nisso que acredita o representante da Comissão Europeia na troika.
Jürgen Kröger explicou que a redução dos custos com salários e o aumento da produtividade, são nesta altura a única solução para melhorar a competitividade do país.
«O contágio do sector público para o privado é inevitável. Se no sector público os salários são cortados, o sector privado reage porque se torna mais atraente e mais pessoas podem querer ir do público para o privado», afirmou.
Quanto a ajustes no programa, a troika não diz que "não" a acertos no envelope financeiro e nos objectivos orçamentais e económicos, mas este, frisou Jürgen Kröger, não é o momento.
«Poderá haver alterações ao programa mais tarde, mas este não é o momento para pensar em mudanças, nem no envelope financeiro, nem nos objectivos, nem no modo de os alcançar, porque pensamos que o programa está a ser executado como previsto», explicou.
O representante da Comissão Europeia na troika garantiu ainda que gostava muito de ter encontrado folgas no orçamento.
«Gostávamos de ter detectado uma folga que permitisse evitar o corte de dois salários, mas não a encontrámos. E quanto à possibilidade de usar os fundos de pensões da Banca para compensar o corte de um dos salários, essa troca não existe», assegurou.
Nesta conferência de imprensa, a troika garantiu também que os objectivos de solidez para a Banca portuguesa mantém-se intactos.
Quanto ao acesso ao fundo de 12 mil milhões de euros para a recapitalização, Jürgen Kröger explicou que essa matéria está em negociação e não quis comentar.