Entrevistado pelo jornal Público, o chefe da missão do FMI em Portugal considerou ainda que a redução da TSU para as empresas é uma forma «criativa» de resolver o problema do défice.
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O chefe da missão do FMI em Portugal rejeitou que a troika tenha exigido ao Governo a baixa da Taxa Social Única para as empresas.
«Não foi nenhuma condição para mais nada. Foi uma ideia posta sobre a mesa. Achamos que é razoável e apoiamo-la», afirmou Abebe Selassie, em entrevista ao jornal Público
Selassie explicou ainda que os cortes salariais no setor privado foram também uma ideia do Executivo liderado por Pedro Passos Coelho, com os quais os credores concordam.
Este economista do FMI considerou ainda que a redução da TSU para as empresas bem como o aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social é uma forma «criativa» de resolver o problema do défice.
No entanto, Selassie lembrou que é preciso ter em conta os efeitos que estas medidas têm sobre os mais pobres e que «simplesmente reduzir salários não vai resultar».
Este responsável do FMI considerou importante que haja uma «melhoria da produtividade e contenção salarial», no entanto, frisou que se apenas houver austeridade a economia não poderá sobreviver.
Questionado sobre a possibilidade de o PS votar contra o orçamento, Selassie lembrou que o «consenso social e político é importante», mas recordou que esta é uma questão de «política doméstica interna».
Abebe Selassie previu ainda uma recuperação do PIB português para 2013, se bem que tenha assinalado que se manterão os «ventos contrários» para o próximo ano.