No documento apresentado em Bruxelas para exigir aos Estados- membros que tomem medidas para criar empregos, o deputado socialista Alejandro Cercas critica a atuação da troika, lamentando, por exemplo, que o FMI lance apelos ao arrepio dos valores europeus, como o pedido de mais flexibilidade do mercado laboral.
Corpo do artigo
Com um apelo à criação de empregos,o socialista Alejandro Cercas lança duras criticas à intervenção da troika nos países resgatados, como é o caso de Portugal.
O eurodeputado espanhol é muito critico em relação ao FMI, nomeadamente por pedir mais flexibilidade no mercado de trabalho.
«O fundo monetário internacional exige umas reformas reformas estruturais que vão contra os critérios da legislação europeia porque eles não são europeus e, por isso, andaram a pedir flexibilidade total eleminação de acordos colectivos, todas as reformas estruturais. Então, o resultado é que a troika é um monstro de duas cabeças: a cabeça da austeridade e a cabeça das reformas institucionais sobre o mercado de trabalho», disse.
No relatório que vai ser apresentado para aprovação do Parlamento Europeu, Alejandro Cercas nomeia as causas que conduziram ao que apelidou de desastre social.
«Impuseram-se os ritmos [para a austeridade], impuseram-se as respostas e não se deixou liberdade, digo-o no relatório para que os Estados-membros pudessem eleger um caminho para sanar as suas finanças públicas mais razoável, que respeitasse os grupos vulneráveis e um calendário que permitisse fazer o ajustamento sem ter afogado a economia e sem ter destruído tanta coisa como destruiu», sublinhou.
Alejandro Cercas conclui que os técnicos da troika agiram sem conhecimento da realidade dos países.
«Agiram não como um cirurgião, como deveria de ser. Já que havia reformas a fazer. Mas a diferença entre um cirurgião e um carniceiro é que o cirurgião conhece a anatomia e corta sem provocar danos. O carniceiro não conhece a anatomia e dá cuteladas», considerou.