A 'troika' disse hoje que Portugal «continua no bom caminho» e que «foi cumprido» o objetivo de défice orçamental para o final de 2012 e «preservada a estabilidade» do setor financeiro.
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A sétima missão de avaliação da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Europeu, que começou a 25 de fevereiro e terminou quinta-feira, conclui também que «o ajustamento externo excedeu as expectativas» e que «está a avançar» a execução de um «vasto leque» de reformas estruturais.
No entanto, a 'troika' admite que o enfraquecimento da procura das exportações, em especial por parte da zona euro, a falta de confiança e a dívida acumulada do setor privado «estão a provocar ventos contrários à atividade económica que se têm revelado mais fortes do que fora previsto».
Tal como aconteceu nas avaliações anteriores, a 'troika" explica que foi «em função das novas circunstâncias» que voltou a reavaliar as opções políticas e a execução do programa de ajustamento.
«Embora a recessão seja mais profunda do que o esperado, ainda se prevê uma recuperação para o final do ano», refere a 'troika', baseando-se em projeções que apontam uma quebra da atividade económica de 2,3% em 2013, mas com a economia a regressar a um crescimento para o final do ano e no próximo ano a crescer 0,6%».
A 'troika' diz ainda que esta redução da atividade se vai refletir num aumento do desemprego, que pode "atingir um máximo superior" a 18%,e que as perspetivas de crescimento mais fracas exigem um ajustamento da trajetória do défice orçamental que em 2012 atingiu 4,9% do PIB.
«O tratamento estatístico de determinadas transações, tal como a concessão dos aeroportos (ANA), resultará porém num défice nominal mais elevado", admite a 'troika', destacando o empenho do Governo em "respeitar uma trajetória em matéria de despesas amplamente coerente com o ajustamento orçamental estrutural».
A avaliação da sétima missão concluiu também, segundo o comunicado, que o Governo português está a fazer uma «revisão completa e transparente» das despesas públicas, para «identificar possíveis poupanças capazes de permitir o cumprimento os objetivos em matéria de défice» para 2013-2014.
Entre essas medidas estão cortes na administração pública, no sistema de pensões e nos custos de "todos" os ministérios, salienta a 'troika", lembrando que a conclusão formal da sétima avaliação acontece com a publicação "nas próximas semanas" de uma versão detalhada do quadro orçamental de médio prazo.