Confederação do setor aponta quebra do número de turistas ingleses em Portugal e obras nos aeroportos da Portela e Montijo como principais fatores de preocupação e garante presidente da República está "extremamente sensibilizado" para os problemas.
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O presidente da Confederação de Turismo de Portugal está muito preocupado com as obras no aeroporto de Lisboa e do Montijo e manifestou, esta manhã, ao presidente da República o mesmo sentimento em relação ao Brexit.
"O 29 de março está a chegar de uma forma extraordinariamente rápida, não há acordo e o mercado britânico é o mercado número um para Portugal e, além disso, é um mercado muito concentrado no Algarve e na Madeira", afirmou Francisco Calheiros, acrescentando que "no Algarve, temos cerca de 16 milhões de dormidas de estrangeiros, seis milhões dos quais britânicos".
"Se não houver acordo, eu não quero pensar o que será mais de um milhão de britânicos a entrar pelos postos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras", esclareceu.
Para Francisco Calheiros, nem as medidas de contingência já anunciadas pelo governo poderão minimizar o impacto no setor do Turismo. Até porque, garantiu o presidente da Confederação de Turismo após o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, o setor já está a sentir o impacto de uma saída ainda não efetivada.
"Nós já estamos a sentir os problemas do Brexit", defendeu Francisco Calheiros, salientando que até 2016 o turismo britânico cresceu cerca de 8 a 10% todos os anos, em 2017 cresceu zero e em 2018 foi de menos 9%".
Questionado pelos jornalistas à saída da audiência com o presidente da República, Francisco Calheiros salientou que Marcelo Rebelo de Sousa está atento a toda esta situação.
"O presidente da República está extraordinariamente sensibilizado com estas preocupações e não tenho dúvida nenhuma de que, dentro das suas possibilidades, irá ajudar, porque tem estado sempre do nosso lado", referiu.
O presidente da República recebe esta quinta-feira durante todo o dia em audiência os parceiros sociais.