
Álvaro Santos Pereira
O ministro da Economia defendeu uma «Europa mais inteligente», que deixe de «ser naif», de modo a se tornar mais competitiva e geradora de emprego.
Corpo do artigo
A ideia é «flexibilizar» regras ambientais, de modo a promover a «reindustrialização da Europa».
«A Europa tem de deixar de ser naif e passar a ser mais inteligente ao nível da atração de investimento» para garantir a «retenção da sua própria indústria», considerou o ministro, para quem «não é aceitável que, em prol da nossa política ambiental ou política comercial, a Europa tenha perdido indústria desnecessariamente, para outras partes de globo».
«É altura, quer da Europa, da Comissão e dos Estados-Membros como Portugal, de terem uma posição mais musculada», afirmou.
«A Europa tem que flexibilizar algumas das suas regras muito fundamentalistas que prejudicam a nossa indústria e que prejudicam o nosso emprego», disse o ministro, referindo-se à política ambiental.
«Numa altura em que a Europa está muito débil e enfrenta uma competitividade muitíssimo forte de outras regiões do globo, a UE tem de ter uma política orientada para a reindustrialização», disse o ministro após um encontro com os ministros da Economia de Espanha e Alemanha, que amanhã vão apresentar um documento e defesa da reindustrialização europeia, que será igualmente assinado por Itália e França.
O documento uma menor carga burocrática ao nível europeu e a flexibilização da política ambiental.
«Ao nível das regras ambientais: que a Europa não seja mais papista do que o papa, em relação a outras regiões do globo», afirmou Santos Pereira, sem nunca mencionar a China.
O ministro da Economia afirmou que «não se trata de criar mecanismos de proteccionismo» da indústria europeia, «pelo contrário». Mas, a Europa também «não poderá ser inocente perante outras regiões do globo», acrescentou.
Santos Pereira falava, ao início da tarde, em Bruxelas, à margem conselho para a Competitividade que reúne os ministros da Economia e Indústria da UE, no qual defendeu «incentivos fiscais mais arrojados para atrair investimento» e não a utilização de fundos estruturais.
«Durante muito tempo, Portugal utilizou o dinheiro comunitário para a criação de infraestruturas. Está mais que visto que esta política não conduziu a um crescimento sustentado, no nosso país», considerou.
«O Empreendedorismo, a reeducação e a qualificação para reindustrializar Portugal e voltar ao crescimento o mais rapidamente possível», são áreas nas quais «a Europa também tem que apostar» e que «Portugal já o está a fazer», disse o ministro.