Passos Coelho afirmou hoje em Bruxelas que os líderes europeus reconhecem que é preciso encontrar respostas a curto prazo, mas mantendo as reformas estruturais e disciplina orçamental.
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Falando já de madrugada, depois da primeira sessão de trabalhos da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), que vai prosseguir de manhã, e de uma reunião dos líderes da zona euro que se realizou a seguir, o primeiro-ministro indicou que, em ambas as reuniões de quinta-feira, foi feito um balanço daquilo que tem sido todo o processo de combate à crise, tendo sido consensual que, em primeiro lugar, os países devem prosseguir os seus esforços.
Passos Coelho disse que o Conselho também reconheceu a necessidade de se «encontrar respostas não apenas de médio e longo prazo, mas também de curto prazo de combate ao desemprego» e para fazer face às consequências sociais da crise.
Em suma, disse, o Conselho reafirmou «a sua preocupação com a necessidade de encontrar políticas de curto prazo que sirvam de algum modo de almofada para os efeitos mais negativos da crise», mas reafirmou também a «indispensabilidade de redução e controlo dos défices e continuação da agenda de reforma estrutural», o que está a ser feito em Portugal, «de forma muito positiva», mas com a consciência por parte do Governo de que, tal como noutros países, «demorará algum tempo» até que os resultados sejam visíveis.
Passos Coelho foi ainda questionado sobre a notícia do eventual "chumbo" do Eurostat à operação de concessão da ANA e consequente desvio do défice em 2012. No entanto, o primeiro-ministro escusou-se hoje a confirmar remetendo explicações para Vítor Gaspar.
«O ministro das Finanças amanhã [sexta-feira] responderá a essas matérias todas, até porque, como sabem, no final do exame regular são sempre divulgados não apenas o novo cenário macroeconómico com que o país trabalhará, mas também os dados relativos às contas nacionais que servem também de base para toda a extrapolação que é feita para 2013 e 2014, portanto não vou perder tempo a comentar aspetos que estarão amanhã no centro da comunicação do ministro das Finanças», começou por dizer Passos Coelho.
«O que posso dizer em qualquer caso é que o défice que foi registado em 2012 em termos quantitativos (isto é, em termos absolutos de valor) respeita o limite que estava acordado com a 'troika', e isso é importante, na medida em que se isso não tivesse acontecido nós evidentemente não poderíamos ter tido uma avaliação positiva, como creio que terá acontecido nesta avaliação», acrescentou.