Houve um crescimento de pouco mais de 6%, em 2023, no setor das TIC em Portugal, um valor abaixo dos 7,6% da média da OCDE
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Num grupo de 28 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), Portugal está na posição 20 dos estados com mais investimento em TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação). O país que mais cresce nas TIC é o Reino Unido, com 12%.
De acordo com o relatório sobre as Perspectivas da Economia Digital, publicado esta terça-feira pela OCDE (Orgnaização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), este nível de investimento é seguido pela propagação da internet junto da população, com Portugal no lugar 34, que é um dos últimos lugares da tabela da OCDE que reflete a utilização da internet.
Portugal regista uma utilização da internet em que pouco mais de 80% das pessoas usou a rede, pelo menos uma vez, nos últimos três meses.
Mas há países que usam ainda menos a internet. A OCDE conclui que “na população dos 28 países de baixo rendimento, apenas uma em cada cinco pessoas utilizou a Internet nos últimos três meses”.
Para contrariar este números, a OCDE defende que “uma maior difusão tecnológica e investimentos em competências podem ajudar a colmatar divisões na utilização da Internet, que são acentuadas pela idade, educação e rendimento e colocam em risco a igualdade de oportunidades e a inclusão”.
Em termos gerais, a OCDE concluiu neste relatório que “o setor das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) continua a superar o desempenho total da economia”.
Ou seja, “as estimativas indicam que, na última década, o sector das TIC cresceu cerca de três vezes mais rapidamente do que o total da economia nos países da OCDE. Em 2023, o setor das TIC atingiu novos patamares, crescendo 7,6% em média na OCDE”, avança o documento.
Mas, apesar deste crescimento, há vertentes das TIC que continuam em baixa como é o casos das tecnologias dependentes de dados. “A adoção de tecnologias dependentes de dados, como a análise de big data e a IA, continua baixa.”
Por exemplo, “a computação em nuvem já é usada por uma média de 49% das empresas com dez funcionários ou mais. A adoção de tecnologias IoT (Internet of Things - Internet das Coisas) entre as empresas é em média de 27%”.
O relatório mostra que “em 2022, aproximadamente 14% das empresas com dez ou mais funcionários adotaram, em média, a análise de big data, variando de 3% a 40%. Em média, apenas 8% das empresas utilizaram IA em 2023, com uma variação de 2 a 28%”.
Inteligência Artificial - IA
A China, a União Europeia e os Estados Unidos lideram o número de publicações de investigação científica sobre IA, com a Índia a fazer progressos recentemente e a China a ultrapassar o ocidente desde 2020.
O relatório defende que “os intervenientes na IA devem colaborar para desencadear a inovação de forma responsável e garantir que os seus benefícios são amplamente partilhados”.
Para a OCDE, “os saltos tecnológicos na IA estão a levar as pessoas a reconsiderar o futuro do trabalho, do lazer e da sociedade. O futuro da IA pode trazer enormes benefícios, incluindo maiores ganhos de produtividade, progresso científico acelerado e soluções para ajudar a enfrentar as alterações climáticas. No entanto, os avanços da IA também apresentam riscos, incluindo os relacionados com a confiança, a justiça, a privacidade, a segurança e a responsabilização”.