"Uma não questão", Ministra das Finanças nega manipulação de contas da Parvalorem
Maria Luís Albuquerque garante que não é possível ao Ministério das Finanças dar ordens às empresas publicas para manipularem as contas.
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A ministra das Finanças diz que apenas pediu estimativas quanto a prejuízos futuros da Parvalorem, é por isso que para Maria Luís Albuquerque esta é uma "não questão".
Também Pedro Passos Coelho garante que não foram ocultados prejuízos, considerando que "é normal que em tempo de campanha apareçam noticias que possam ser consideradas um incomodo...".
O primeiro ministro diz mesmo que teria feito o mesmo que Maria Luis Albuquerque, "pediria uma reavaliação da estimativa em causa, não se tratam de perdas, mas de estimativas. A Parvalorem porpôs uma estimativa que pareceu à tutela que deveria ser revista, e foi revista de acordo com os parâmetros propostos na auditoria. É falso que tenha existido ocultação ou manipulação de contas, trata-se de estimativas".
A Antena 1 noticiou hoje que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, enquanto secretária de Estado do Tesouro, pediu à administração da Parvalorem para que mexesse nas contas para que estas revelassem um cenário de perdas mais otimista do que o real, reduzindo os prejuízos reconhecidos em 2012.
Esta manhã, o Conselho de Administração da Parvalorem, empresa gestora dos ativos tóxicos do ex-BPN, recusou a manipulação de contas.
O Conselho de Administração da Parvalorem diz, no comunicado, sentir-se "gravemente lesado na sua honra e dignidade profissional, já que mais não ocorreram do que procedimentos normais em qualquer empresa com este perfil e objeto social".
Segundo a investigação da Antena 1, quando Maria Luís Albuquerque soube, em fevereiro de 2013, que as contas da empresa pública que ficou a gerir os ativos de má qualidade do ex-Banco Português de Negócios (BPN) apresentavam perdas de 577 milhões de euros com créditos em riscos de incumprimento, o que iria agravar o défice orçamental, fez o pedido à administração da empresa pública.
O Ministério das Finanças explicou hoje que "o registo contabilístico de imparidades é função de estimativas de perdas futuras em créditos existentes", acrescentando que "as imparidades são avaliadas e validadas pelos auditores das empresas de acordo com os critérios definidos para o efeito e adequadamente refletidas nas contas".
"Qualquer materialização ou não dessas perdas é sempre registada nas contas da Parvalorem no momento em que se verificam, com o correspondente impacto nas contas públicas, pelo que não há qualquer manipulação ou ocultação de contas", declarou o Governo em comunicado.