Os três primeiros Pactos Setoriais para a Competitividade e Internacionalização são assinados esta terça-feira entre o Ministério da Economia e três setores de atividade que representam 697 associados.
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Saúde, construção e agroalimentar são os três primeiros setores que estabelecem com o Governo pactos para a competitividade.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, explica porque foram escolhidas estas áreas: "Quisemos começar por alguns setores que, pelo peso significativo que já têm nas exportações ou porque enfrentam desafios particulares neste momento, pudessem dar o sinal de como queremos trabalhar com as empresas a partir daqui."
A ideia é apoiar os esforços da promoção externa das exportações, da internacionalização das empresas portuguesas e também facilitar o acesso a linhas de financiamento.
Para que, "por exemplo, quando estamos a desenhar sistemas de incentivos, possamos adequar os anúncios de candidatura às necessidades especificas de politicas públicas pactuadas como os setores", revela Pedro Siza Vieira.
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Estes Pactos Setoriais para a Competitividade e Internacionalização vão ser assinados, na presença do primeiro-ministro, com o Portuguese AgroFood Cluster, a Health Cluster Portugal e com Cluster AEC-Arquitetura, Engenharia e Construção.
Os clusters
O Portuguese AgroFood Cluster, com 466 associados, opera no setor agroalimentar, responsável por cerca de 112 mil postos de trabalho e 16 mil milhões de euros de volume de negócios, dos quais 6 mil milhões de euros em exportações.
De acordo com o ministro da Economia, "o agroalimentar é um setor de grande crescimento de exportações e, para continuarmos a ser competitivos nessa área, temos que continuar a apostar no conhecimento, na inovação e mesmo na digitalização de processos".
A Health Cluster Portugal pertence ao setor da saúde, no qual se registam cerca de 279 mil postos de trabalho e 27 mil milhões de euros de volume de negócios, dos quais 1.400 milhões de euros são provenientes de exportações. O setor tem 172 associados.
Para Pedro Siza Vieira, "na saúde é importante notar o peso económico que as várias atividades de saúde têm e há aqui uma possibilidade de crescimento muito significativo, quer ao nível da contribuição do setor para a investigação e desenvolvimento em Portugal, mas também naquilo que pode ser o aumento da produção em matéria de serviços farmacêuticos, de forma a diminuir o défice comercial que continuamos a ter nesse setor."
O Cluster AEC - Arquitetura, Engenharia e Construção (59 associados) pertence a uma fileira responsável por mais de 551.729 postos de trabalho e 37,48 mil milhões de euros de volume de negócios, que representam cerca de 20% do PIB.
"A arquitetura, engenharia e construção são setores que nos próximos anos vão ter grande crescimento e investimentos em toda a Europa e noutros continentes e nós precisamos de capacitar esse setor para ser capaz de ser competitivo e de ganhar todas as oportunidades, não apenas no nosso país mas também noutros mercados", sublinha Pedro Siza Vieira.
Entretanto, esta quarta-feira são assinados outros três pactos setoriais em "setores decisivos para as nossas exportações industriais". O setor automóvel, o setor das tecnologias de produção e o setor dos moldes, ferramentas especiais e plásticos.
Portugal tem ainda mais 14 clusters identificados e que também vão ser contemplados. Os setores vão ter, por exemplo, uma palavra a dizer na formação de novos trabalhadores.
O ministro da Economia defende que é preciso "identificar áreas que ao nível da formação profissional sejam mais importantes, como desenhar os currículos nas ofertas formativas, seja no ensino técnico-profissional ou no ensino superior, para os adequar às necessidades de cada setor".
No fundo, estamos a "assegurar o objetivo de crescer uma década acima da média da União Europeia. De conseguir atingir 50% do PIB como valor das nossas exportações", conclui Pedro Siza Vieira.