O antigo presidente do Instituto Nacional de Administração, Valadares Tavares, acusa o Governo de não ter uma visão estratégica.
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No Fórum TSF, Valadares Tavares, antigo presidente do Instituto Nacional de Administração, considera que o Executivo não tem uma visão estratégica sobre a administração pública e lamenta que o Governo não concretize onde vai cortar no que respeita aos funcionários públicos.
«O Governo em relação a este aspeto tem sido muito silencioso», afirma Valadares Tavares, interrogando quem são os funcionários públicos a ser dispensados.
São «os mais novos, os mais competentes, os mais especializados, são esses ou os outros? Não se faz ideia, porque não há uma visão estratégica do Governo sobre a administração pública».
O Executivo anunciou que vai dispensar 40 mil funcionários com contratos a prazo ou nomeação provisória. Valadares Tavares lembra que os cortes podem não ser eficazes e que neste caso se pode estar a cortar num funcionário que seja «um especialista excecional para a qualidade da administração pública».
Para este especialista para equilibrar as contas e ter ao mesmo tempo uma administração motivada e eficiente é preciso saber gastar melhor.
A opinião de Pedro Santos Guerreiro, diretor do Jornal de Negócios, vai na mesma linha, considerando que a crise não está a ser aproveitada para reformar a máquina do Estado. Pelo contrário, estão a ser efetuados cortes com fins orçamentais, sem qualquer estratégia.
Para Pedro Santos Guerreiro dispensar funcionários públicos só porque são contratados a prazo não deve ser critério.