A sexta-feira negra chegou e com ela a loucura das compras e dos descontos. Na Black Friday fazem-se bons negócios, é um facto, mas nem todos o são e a Deco deixa alguns conselhos aos consumidores.
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Comprar, comprar, comprar. E se for com descontos, melhor ainda. É este o mote do Black Friday, a sexta-feira negra que é comemorada um pouco por todo o mundo nos últimos anos, com milhares de lojas a descerem os preços neste dia e com milhões de pessoas a procurar boas e raras oportunidades.
O dia fica na memória pela corrida às lojas que muitas vezes se tornam campos de batalha onde se 'luta' pelos melhores preços. Na história estão, até 2017, 10 mortos e 11 feridos por problemas na Black Friday.
Esta, como tantas outras "tradições", começou nos Estados Unidos, após o feriado do Dia de Ação de Graças, o dia em que muitas pessoas aproveitavam para iniciar as compras para o Natal. O tráfego - nas ruas e nas lojas - ficava de tal forma intenso que, segundo reza a história, terá sido a própria polícia a batizar este dia de Black Friday.
A corrida às compras começou a levar as lojas a descer os preços com o intuito de vender ainda mais. O hábito instalou-se de tal forma nos EUA, que os comerciantes acabaram por adotar a expressão da polícia e a sexta-feira depois do feriado mais festejado do país, virou mesmo Black Friday. Daí até ao Black Friday se alargar às lojas de todo o mundo, foi um pequeno passo.
Perigos para os consumidores
Tito Rodrigues, jurista da Deco, explica que há cuidados a ter em épocas de descontos como a Black Friday e aconselha os consumidores a fazerem um acompanhamento dos preços dos produtos "nos últimos três meses", para perceberem se, efetivamente, "há novidades e descida dos preços".
Verificar a qualidade dos produtos é outro dos conselhos da associação de defesa do consumidor. "Nem sempre os produtos em promoção têm a qualidade que é anunciada", o que torna relevante para o consumidor a pesquisa sobre a qualidade de cada produto e a comparação com outros idênticos.
Também a política de devolução das lojas "pode ser um elemento a ter em conta para uma escolha e compra acertada", alerta Tito Rodrigues, explicando que pode haver produtos que compense comprar um pouco mais caro mas que tenham seguro, por exemplo.
Além disso, a Lei dos Saldos e das Promoções é sistematicamente violada. Tito Rodrigues insiste na necessidade de divulgação dos preços praticados nos 30 dias anteriores ao desconto anunciado nestas promoções da Black Friday.
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Para ajudar os consumidores, a Deco disponibiliza uma plataforma para ajudar o cliente a fazer as melhores escolhas, mas há também o Portal da Queixa, um site que funciona como "guia dos melhores descontos e promoções" para esta sexta-feira negra.
Black Fraude existe mesmo?
O especialista da Deco recorda que nos dois primeiros anos, desde que foi lançado o comparador de preços de Deco, foram encontradas "algumas situações" onde se percebia que havia "manipulação de preços." O esquema funciona da seguinte forma: a loja aumenta o preço de um determinado produto um ou dois dias antes da Black Friday, para depois se anunciar um desconto muito significativo".
Situações que, ainda assim, têm vindo a diminuir, à medida que as lojas se vão adaptado ao fenómeno americano que usa uma "lógica de escoar stock para dar entrada aos novos produtos que estarão disponíveis na época natalícia". Apesar de em Portugal, essa ainda não ser prática corrente, começam a surgir cada vez mais casos de lojas que utilizam a Black Friday, sobretudo "os grandes operadores de retalho, para escoar stock e dar lugar às novidades".
Tito Rodrigues, da DECO, assegura que "há bons negócios, muitas vezes há é confusão entre o que é um bom negócio e um grandioso negócio."Black Friday por cá
De acordo com um estudo do site Black-Friday.Global , 95% dos portugueses sabe o que é a Black Friday, enquanto 39,02% participou nas promoções deste dia em 2017 e 36% pensa fazê-lo este ano.
No território nacional e, em relação a uma sexta-feira normal, as vendas na Black Friday aumentam 607%.
Este ano, estima-se que cada português vá gastar, em média, 179 euros neste dia, e obtenha uma poupança média de 228 euros. O desconto médio disponível nas lojas nacionais deverá rondar os 56%, segundo o mesmo estudo.