Tinham ganho um leilão de rendas, mas o concurso foi anulado pela autarquia de Lisboa. Dizem-se indignados e autointitulam-se de "Os Lesados do Medina".
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Um grupo de cidadãos lesados num leilão de casas entregaram um ultimato, esta manhã, na Câmara Municipal de Lisboa, ao presidente Fernando Medina. O leilão de rendas em causa - que, entre 120 candidaturas, determinou 8 vencedoras - foi anulado pela autarquia de Lisboa.
Os vencedores do leilão, que se autointitulam "Os Lesados do Medina", dizem-se indignados e subscreveram um documento a exigir ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa que apresente uma solução no prazo de quinze dias, ameaçando recorrer à Justiça, em caso contrário.
"Queremos quinze dias para nos resolverem esta situação, que não é admissível. Caso não tenhamos resposta, vamos ter que ir para a Provedoria [da Justiça] e dar os passos necessários para fazer valer os nossos direitos", disse à TSF Rita Castaño, uma das subscritoras do documento, sublinhando que o leilão obedecia a regras específicas.
O leilão foi anulado em abril por terem sido apresentadas propostas de renda que a autarquia entende estarem muito acima dos valores considerados acessíveis - uma das propostas, por exemplo, previa o pagamento de uma renda de 760 euros por um T1.
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Apesar do concurso ter sido anulado, a Câmara Municipal de Lisboa acabou por entregar casas a três dos candidatos, com uma renda de 350 euros, valor abaixo da oferta de licitação, argumentando que se tratam de famílias em risco de ficar sem habitação.
Uma situação que Rita Castaño não compreende. "Vencedores do concurso, com as mesmas condições do que eu, vão ficar com as casas com valores muito mais baixos", queixa-se.
"Aquilo que queremos é uma solução para todos", defendeu a licitadora. "Temos duas hipóteses: ou [a autarquia] consegue uma habitação para todas as pessoas no valor das rendas mais baixas - os 350 euros - ou então [tem de dar] uma indemnização".
Os vereadores do CDS-PP na Câmara de Lisboa acompanham as críticas feitas pelos candidatos que se sentem lesados pelo município. João Gonçalves Pereira considera que a autarquia está a cometer uma injustiça. Depois de uma primeira iniciativa que foi travada pela autarquia, o vereador revela que o partido está a estudar novas alternativas para corrigir a situação.
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