Uma mistura arriscada? Na Fruit Logistica, a maior feira de frutas e legumes do mundo, há ervilhas que funcionam como snack e couves que se comem sem cozinhar.
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Cerca de meia centena de empresas portuguesas participam na Fruit Logistica, a maior feira de frutas e legumes do mundo, que decorre em Berlim até sexta-feira.
De acordo com dados da Portugal Fresh, entre janeiro e novembro do último ano, as exportações para a Alemanha ultrapassaram os 89 milhões de euros, o que equivale a um aumento de 14% em comparação com o mesmo período de 2016. A Alemanha já é o quinto maior comprador de frutas e legumes portugueses.
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Para aproveitar o clima e o solo, a Green Peas, da Dinamarca, começou em 2012 a colher das terras lusas umas vagens pequenas que cabem na palma da mão. O administrador da empresa trouxe-as para a Fruit Logistica, em Berlim.
Abre-as em segundos e o conteúdo, ervilhas cruas, são mastigadas e engolidas rapidamente. "São doces", diz Peter Johansen, que, inspirado na sua própria infância, decidiu produzir este produto. São sobretudo muito saudáveis, defende, "não há muitos vegetais como este, cheio de proteínas. Nós comemos as ervilhas que estão dentro da vagem diretamente, sem cozinhar. São doces e é um ótimo produto para comer como "snack". É assim que as vendemos na Dinamarca".
Cerca de 20% da produção já é feita em Portugal, "estamos a aumentar a produção e gostaríamos que aumentasse ainda mais. Pouco a pouco esperamos que mais agricultores se interessem. É uma boa colheita para ter em rotação. Não é preciso muito fertilizante, a planta desenvolve-se praticamente sozinha, por isso também é bom para o ambiente".
Também a francesa BVLH começou este ano a produção em Portugal. O número ainda é curto, 10%, mas a ideia é que cresça. A empresa que é, em França, líder na produção de cenoura biológica para todos os grandes grupos de distribuição, quer começar a vender em Portugal uma couve doce (chamada "choudou"), que pode ser comida crua. Além do solo e do clima, Pedro Marques, responsável comercial de exportação, admite que o fato do país ter bons antecedentes no que ao biológico refere, foi decisivo na escolha.