O vice-presidente do Banco Central Europeu disse hoje não acreditar numa eventual saída da Grécia do euro, sublinhando que tal seria «virtualmente impossível de gerir sem causar caos».
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Durante uma conferência em Hong Kong, o antigo governador do Banco de Portugal disse, citado pela agência Bloomberg, que a Grécia não quer sair da moeda única «porque compreende que a substituição de uma divisa com toda a logística de tal operação seria virtualmente impossível de gerir sem criar caos».
«Não antecipo que a Grécia saia», declarou Vítor Constâncio, num painel durante o qual também disse ser demasiado cedo para o BCE reduzir o nível das medidas de emergência atualmente em vigor.
No dia anterior, o vice-presidente do BCE desvalorizou quaisquer preocupações acerca de um aumento da inflação, que o banco central se compromete a manter abaixo, mas próxima, dos dois por cento.
«Não há expansão de crédito ou monetária no mundo que possa justificar preocupações sobre inflação no futuro», disse Constâncio em Tóquio, citado pela Bloomberg.
O comissário europeu dos Assuntos Económicos instou hoje, em Estrasburgo, as forças políticas «responsáveis» na Grécia a aproveitarem as «poucas semanas preciosas» que têm até às novas eleições para elucidar os cidadãos sobre as vantagens de permanecer no euro.
«Queremos continuar a apoiar a Grécia. Mas a Grécia tem de continuar determinada nas reformas. Estamos convencidos de que a alternativa seria bem pior. Por isso, deixem-me usar esta oportunidade para apelar a todas as forças responsáveis na Grécia que usem estas poucas semanas preciosas (até às eleições de 17 de junho) para apresentarem os factos, de modo a que o povo grego possa fazer uma escolha informada e responsável», declarou Olli Rehn.