Volkswagen. Automóveis manipulados saem da oficina com mais emissões poluentes
A denúncia é da DECO Proteste que insiste que nas viaturas testadas depois da intervenção obrigatória da marca alemã, as emissões poluentes aumentaram.
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Num comunicado hoje divulgado, a DECO Proteste denuncia que testou "mais dois carros submetidos à intervenção obrigatória decorrente da fraude cometida pela Volkswagen. A conclusão repete-se: as emissões aumentam. Não há qualquer correção ou diminuição".
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Na opinião da DECO, é "necessário reavaliar com urgência" a intervenção técnica que está a ser feita pela Volkswagen aos carros afetados pela fraude e ainda que seja assegurada "a sua eficácia na redução de emissões".
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A associação denuncia ainda, mais uma vez, a falta de apuramento da verdade pela justiça."Tal como já tínhamos feito há cerca de meio ano, em conjunto com as nossas congéneres Altroconsumo (Itália), OCU (Espanha) e Test'Achats (Bélgica), quando testámos um Audi Q5 TDI 2.0, submetemos agora a análise laboratorial um Volkswagen Polo TDI 1.2 e um Volkswagen Golf TDI 1.6.", escreve na nota.
A metodologia utilizada agora foi a mesma de há seis meses: uma medição aos níveis de emissões "imediatamente antes e depois" da intervenção oficial da marca alemã. "Os resultados que obtivemos - aumento generalizado das emissões de óxido de azoto (NOx) - voltam a pôr em causa a eficácia do procedimento", alerta a DECO.
Nos três carros agora testados, a associação diz ter sido possível verificar um aumento das emissões após a intervenção técnica, saldado em mais 13,3% de emissões no Audi Q5, mais 6,3% no VW Polo e mais 23,2% no VW Golf.
"Continuamos a aguardar que a Volkswagen ou as autoridades dos vários estados europeus comprovem a eficácia da intervenção técnica, entretanto homologada pela autoridade alemã KBA, e justifiquem a sua obrigatoriedade, dada a sua aparente ineficácia", conclui a associação no comunicado.
Mais de um ano depois do escândalo Volkswagen (VW), o Parlamento Europeu recordou há uma semana que os consumidores europeus afetados devem ser indemnizados pelos fabricantes de automóveis implicados na fraude, tal como estão a ser os consumidores norte-americanos.
O Parlamento Europeu aprovou ainda um reforço da fiscalização ao setor automóvel, incluindo medidas para prevenir eventuais práticas ilegais por parte dos fabricantes de automóveis, que passem a aplicar corretamente as regras europeias e a assegurar uma fiscalização eficaz.