
Álvaro Tavares (arquivo)
Taxa de desemprego desce 2,2 pontos percentuais face a 2016, ficando abaixo das previsões do Governo. Desemprego jovem reduz para 23,9%. Indústria, construção e serviços em destaque.
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Os dados do INE mostram que desempenho do 4º trimestre contribuiu para a redução da taxa média anual, com o desemprego nos 8,1% de setembro a dezembro. Fica quatro décimas abaixo do trimestre anterior e 2,4 pontos percentuais abaixo do mesmo trimestre de 2016.
A Taxa de Desemprego anual acaba por ficar nos 8,9%, abaixo dos 9,2% estimados pelo Governo e dos 10,5% registados em 2016.
A população desempregada em 2017 rondou as 462 mil pessoas, diminuindo 19% em relação ao ano anterior. A redução é transversal a várias idades, com destaque para as pessoas com mais de 45 anos, e a todos os níveis de escolaridade, sobretudo para quem tem no máximo 3º ciclo do ensino básico.
Por setor, os trabalhadores provenientes da indústria, construção, energia e água (-30,4%) e dos serviços (-15,4%) foram os grandes beneficiados pela redução.
A taxa de desemprego diminuiu em todas as regiões, com destaque para Alentejo (-3,7 pontos percentuais) e Madeira (-2,5 p.p.). Neste momento, Madeira (10,4%), Norte (9,8%), Área Metropolitana de Lisboa (9,5%) e Açores (9,0%) têm as taxas mais elevadas. Alentejo (8,4%), Algarve (7,7%) e Centro (6,9%) têm as taxas mais baixas.
Boa parte dos desempregados ainda é de longa duração, com 57,5% do total à procura de emprego há mais de um ano. Ainda assim houve um decréscimo de 4,6 pontos percentuais face a 2016. É a terceira redução anual consecutiva deste indicador, desde que atingiu um valor máximo em 2014 (65,5%).
Na população empregada houve um aumento de 3,3% no espaço de um ano.
O desemprego jovem ficou em 23,9%, uma redução de 4,1 pontos percentuais. E nos chamados Nem-nem (não tinham emprego e não estavam a estudar ou em formação) o desemprego rondava os 11,2% (redução face aos 13,2%), com 251 mil jovens nesta circunstância. A redução foi mais pronunciada entre os jovens que têm entre 25 e 34 anos e entre os que completaram o ensino superior.
O INE revela ainda que subutilização do trabalho caiu para 16,5% do total, depois dos 19,5% registados em 2016. Este indicador foi divulgado pela primeira vez há menos de um ano e junta população desempregada, trabalhadores a tempo parcial que gostariam de trabalhar a tempo inteiro, os chamados desencorajados (inativos disponíveis mas que não procuram emprego) e inativos à procura de emprego, mas que, por alguma razão, não estiveram disponíveis para trabalhar neste período. No total, a subutilização do trabalho abrangeu 900 mil pessoas no ano passado.