
Mais de uma centena de estivadores do porto de Setúbal estão desde as 08:00 a bloquear a entrada de um autocarro que transporta os trabalhadores que os vão substituir no carregamento de um navio com viaturas da fábrica da Autoeuropa, em Setúbal, 22 de novembro de 2018. Os trabalhadores eventuais do porto de Setúbal, em greve desde o dia 05 para exigirem um contrato coletivo de trabalho, tinha prometido um protesto pacífico, mas à chegada do autocarro impediram a passagem. RUI MINDERICO/LUSA
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Trabalhadores estão em protesto desde o dia 5 de novembro.
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Os estivadores chegaram a acordo com os operadores portuários para a integração de 56 trabalhadores no Porto Setúbal, disseram à Lusa estivadores desta estrutura portuária e o Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL).
O acordo põe termo à paralisação daquele porto e levanta todas as formas de luta, incluindo a greve ao trabalho extraordinário.
A intenção de acordo tinha sido anunciada pela ministra do mar, Ana Paula Vitorino, na última semana. Na altura, Ana Paula Vitorino considerou "excessivo e incompreensível" o número de trabalhadores eventuais no porto de Setúbal.
As mesmas fontes confirmaram que o acordo já foi aprovado pelos trabalhadores eventuais que se recusam a apresentar ao trabalho desde o dia 5 novembro.
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, convocou uma conferência de imprensa para esta sexta-feira, pelas 11h30, sobre a situação dos estivadores precários do porto de Setúbal.
Os estivadores precários, que representam mais de 90% da mão-de-obra disponível no porto de Setúbal, reclamam o direito a um contrato de trabalho.
Segundo o presidente do SEAL, António Mariano, o acordo para o porto de Setúbal prevê ainda a negociação e a aprovação de um Contrato Coletivo de Trabalho no prazo de 75 dias a partir da data de assinatura do acordo, o que deverá acontecer ainda esta sexta-feira no Ministério do Mar.
No que respeita aos processos de outros portos - Leixões, Caniça e Lisboa -, o SEAL diz ter o compromisso da equipa de mediação do Governo de que serão resolvidos no prazo de uma semana.
António Mariano afirma-se satisfeito com o acordo alcançado e elogia o trabalho dos mediadores. "Queremos deixar uma palavra de apreço à equipa de mediação pelo trabalho realizado, que foi importante para chegarmos a este acordo que significa o fim da precariedade no porto de Setúbal, e que também abre caminho à resolução dos problemas noutros portos nacionais", disse.