O comissário europeu dos Assuntos Económicos defendeu que as despesas públicas resultantes dos incêndios sejam consideradas como "excecionais" e não tenham consequências na avaliação orçamental.
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"Parece-me natural que, da mesma maneira que nós considerámos as ameaças terroristas, os sismos, como circunstância excecional, em certos países da União Europeia, que haja uma abordagem inteligente e humana e relação à despesa pública, que seja assumida pelas autoridades portuguesas, para enfrentar os incêndios", disse o comissário, admitindo que estas despesas também "sejam reconhecidas como circunstância excecional, no âmbito do exame orçamental".
O comissário admitiu que os incêndios em Portugal vieram lembrar à Europa que é precisa coordenação dos meios europeus de proteção civil, nomeadamente para que os "instrumentos de política pública e de política comum, possam ser ainda mais fortes, e se reexamine a proposta de Michel Barnier, [lançada] há 10 anos, para uma força europeia de proteção civil".
"Falámos ontem, na reunião da Comissão, sobre a maneira de reforçar mais os mecanismos de proteção civil, de criar meios de solidariedade, tendo em conta o caso de Portugal", afirmou Moscovici.
Quanto à possibilidade dos incêndios em Portugal serem resultado da austeridade imposta pela Europa, Moscovici entende que este não é o momento para fazer essa análise.
"Creio que não vamos fazer esse debate, quando estamos perante um drama que atingiu a população com dezenas de mortos. Não vamos começar a fazer um debate político. Não vou cair nisso que seria uma armadilha", disse, considerando até "de mau gosto" que se relacione uma coisa com a outra.