
Tiago Petinga/Lusa
O Presidente da República apelou a um consenso para a sustentabilidade do regime de segurança social. Marcelo alertou ainda para a duração dos ciclos económicos, que estão cada vez mais curtos.
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Marcelo Rebelo de Sousa defendeu um "acordo generalizado" para as políticas sociais, esta quinta-feira, Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) sobre envelhecimento, no Centro de Congressos de Lisboa. O Presidente da República diz que a sustentabilidade da segurança social "não é uma questão de direita ou de esquerda".
Reportagem de José Milheiro
Marcelo Rebelo de Sousa advertiu que os ciclos de crescimento económico estão "mais curtos", dizendo que será bom se durarem cinco anos, e pediu "um acordo" no plano das políticas sociais de resposta ao envelhecimento.
"Temos de ter cuidado, porque sabemos que atualmente os ciclos económicos são mais curtos, não há ciclos de dez anos de crescimento económico e de emprego - não, isso acabou. Mas, se houver três, quatro, cinco anos, isso já são boas notícias", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado elogiou ainda o papel das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e, embora ressalvando que "sem um orçamento equilibrado é impossível viver", apelou aos ministros da área social para que se batam por verbas em Conselho de Ministros: "Não deem demasiado poder aos ministros das Finanças".
"Este é um ponto no qual os políticos devem chegar a acordo", reforçou, acrescentando que, "nesta matéria, era bom que não dependesse das eleições que se vão sucedendo de tantos em tantos anos".
Dirigindo-se aos governantes responsáveis pelos assuntos sociais dos mais de 50 países da UNECE presentes nesta conferência, o Presidente apelou à continuidade da luta.
"A vossa luta é social, em cada reunião do Conselho de Ministros. Precisam de dinheiro, e o ministro das Finanças vai dizer-vos que não há dinheiro, sim, pelo menos não o dinheiro que vocês gostariam de ter. Essa é a vossa luta. Alguém tem de ter esse papel", defendeu.