O número que todos querem, Mário Centeno ainda não o tem. Todas as bancadas pretendem saber o valor das cativações para 2019.
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O PSD, pela voz de Duarte Pacheco, afirmou, esta sexta-feira, que os milhões "apregoados" pelo Governo nunca se concretizam no final de cada ano.
"Quais são as cativações que pretende fazer?", questionou Duarte Pacheco. "Vem anunciar mais números para aqui, mais investimentos para acolá, mais milhões não sei onde. Todos nós já sabemos que tudo isso é ficção porque o que conta é à execução e, no final, o senhor corta aquilo que quiser cortar, porque o seu cognome é 'Mário, o Cativador'. No final, aquilo não vai ser o que senhor aqui anunciou, mas aquilo que vai ser necessário para o senhor alcançar a meta que quer atingir".
Enquanto Duarte Pacheco deu um apelido a Mário Centeno, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua trouxe para o debate um conto sinfónico.
"O senhor ministro conhece a fábula do Pedro e do Lobo? É que, a cada ano, fica mais difícil aceitar a justificação de que não há margem. No primeiro ano, diz-se que não há margem e a margem aparece; no segundo ano, não há margem e a margem aparece; no terceiro ano, não há margem e a margem lá está. E é difícil perceber porque há margem para défice, mas não há margem para contratar profissionais para o INEM", argumentou Mariana Mortágua.
A deputada do Bloco de Esquerda defendeu também que "o Partido Socialista não faz bem em confundir uma campanha de défice zero com um compromisso com os portugueses", salientando que "ainda há compromissos nesta legislatura que têm que ser cumpridos, antes de antecipar quais vão ser os compromissos de futuro e de próximas eleições".
Perante as questões sobre as cativações, o ministro das Finanças esclareceu que "a projeção é que fiquem, tal como em 2017, muito próximas de 500 milhões de euros". "Este é um valor absolutamente em linha com o valor das cativações ao longo da última década em Portugal", declarou Mário Centeno.
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Em relação às cativações para 2019, "infelizmente, não tenho ainda esse número hoje, assim que o tiver (nos próximos dias) nós apresentaremos esse valor", garantiu o ministro.
Mário Centeno aproveitou ainda a presença no Parlamento para reafirmar o pagamento pelo Estado de 2 mil milhões de euros para abater a dívida portuguesa ao Fundo Monteário Internacional (FMI).
O ministro das Finanças está a ser ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, em conjunto com a Comissão de Trabalho e Segurança Social no âmbito da apreciação na especialidade da Proposta de Lei do Orçamento de Estado (OE).