"Não teria qualquer dificuldade" em enfrentar uma reavaliação enquanto governador do BdP
Carlos Costa diz-se "tranquilo": O seu desempenho enquanto administrador da CGD não compromete o seu papel no Banco de Portugal.
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Carlos Costa diz que "não teria qualquer dificuldade" se fosse submetido a uma reavaliação da capacidade para ser governador do Banco de Portugal.
Questionado pelo PS se o facto de ter sido administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre abril de 2004 e setembro de 2006 - durante o período em que a auditoria da EY encontrou falhas e irregularidades no banco público, não justifica uma reavaliação da capacidade de liderar o supervisor, Carlos Costa diz que não faz sentido.
Fazê-lo "seria contrariar as regras dos bancos centrais", considera, uma vez que "não se aplica aos membros do conselho de administração o mesmo processo de 'fit and proper' que se aplica" aos órgãos das instituições financeiras.
Ainda assim, destaca, uma hipotética reavaliação das suas condições para liderar o banco central, não o deixaria preocupado.
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"Se fosse um português comum, como veria" a supervisão bancária? Se fosse um simples contribuinte chamado a cobrir os prejuízos do banco público, questionou a deputada do PSD Liliana Silva.
"Não fazem ideia do que é a tarefa de supervisão. Tenho na área da supervisão 400 pessoas. Não fazem ideia do que é o governador tomar conhecimento dos resultados e emitir decisões", respondeu Carlos Costa.
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