PCP e BE voltaram a competir para verem as respetivas propostas votadas primeiro. Processo orçamental pode mudar no futuro para evitar "o concurso".
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Quase ao cair do pano do primeiro dia de debate na especialidade voltou a registar-se uma competição à esquerda, com PCP e BE em divergência sobre qual das duas iniciativas deveria ser votada primeiro.
Os dois partidos apresentaram propostas para acabar com o corte de 10% no subsídio de desemprego após seis meses da sua atribuição.
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A questão era saber se as propostas deveriam ser votadas por ordem de entrada no sistema (nesse caso seria o PCP a ver votada a proposta em primeiro lugar) ou por artigo (o que favorecia o BE).
Paulo Trigo Pereira que estava, na altura, a presidir aos trabalhos da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, chegou a sugerir que fossem votadas simultaneamente as duas propostas e que os serviços harmonizassem depois a redação final do artigo, mas PCP opôs-se apesar do acordo do BE.
Depois de meia hora de debate, acabou por ser votada, em primeiro lugar, a proposta do PCP e depois a do Bloco.
Ambas foram aprovadas com os votos favoráveis do PS, do PCP e do BE e com a abstenção do PSD e do CDS-PP.
A situação foi acompanhada com ironia pelo PSD e pelo CDS, com o social-democrata Duarte Pacheco a rotular a situação como "um concurso para ver quem consegue ver as suas propostas aprovadas" e a deputada do CDS-PP Cecília Meireles a sublinhar que "para alguns importe ver quem é que põe um 'outdoor' com a medida".
Pelo meio do debate, Paulo Trigo Pereira avisou que o processo hoje adotado foi "um mero ajustamento" que deverá, em breve, "ser aperfeiçoado".