Costa diz que "a verdade é como o azeite num copo de água e vem sempre ao de cima"
O Líder do PS diz que execução orçamental de 2015 está "claramente em risco". Depois de governo ter sido "desmascarado" pelos números do do INE, "hoje veio a UTAO".
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O discurso de campanha continua a ser dominado pelos números. António Costa prossegue o ataque ao que entende ter sido uma governação de "incompetência no controlo das finanças públicas" e acusa governo de, depois de "desmascarado pelo INE", ver agora comprometidas as metas orçamentais por via da UTAO.
"Hoje veio a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República dizer que, ainda mais grave do que o que aconteceu ao défice de 2014, é que a execução orçamental deste ano já põe claramente em risco o cumprimento das metas deste ano", disse.
Durante o dia, a UTAO deixou o alerta de que o desempenho orçamental até junho deste ano "coloca em risco o cumprimento do objetivo anual", calculando que o défice não possa exceder os 0,9% no segundo semestre para cumprir a meta de 2,7% definida para 2015.
O secretário-geral do PS, apanha boleia dos números e simplifica: "Porque eles, nos primeiros seis meses do ano, gastaram 80% do que podiam gastar, como se fosse possível gastar 80% nos primeiros 15 dias do mês e depois vivermos com 20% na segunda metade do mês".
Em Leiria, o líder socialista reforçou a ideia de que o governo não pode olhar para os efeitos do adiamento da venda do Novo Banco como um problema de contabilidade: "Depois de terem dito que o défice era o santo e a senha nos problemas do país, ontem disseram que o défice era apenas um pequeno problema contabilístico".
A "dupla Passos e Portas", como enuncia o secretário-geral do PS, continua a ser o alvo do líder socialista, por andar sempre a "enganar e a mentir", com Costa a insistir que a coligação tem de detalhar o programa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP.
No discurso, Costa falou ainda da emigração, do "desespero dos idosos a quem cortaram pensões" ou o aumento das taxas moderadoras, por via de um governo que "desprezou as pessoas" e revelou "insensibilidade social".
Antes, Álvaro Beleza, secretário nacional do PS durante a liderança de António José Seguro, discursou para defender o Serviço Nacional de Saúde, dando o exemplo daqueles que "foram para a Amadora por uma endoscopia às quatro da manhã".
Apresentando-se como "médico, cidadão português e eleitor", deixou a crítica: "Somos os campeões dos gastos privados com a saúde, para além da crise, os portugueses têm de gastar mais com a saúde".
E, apontando para António Costa, disse: "Isto aqui é gente séria"; e questionou: "Acham que à minha frente está um perigoso radical?".
Sobre as sondagens, que vão dando a liderança à coligação PSD/CDS-PP, afirmou: "Em tempo de sondagens, não se olha para trás ou para a lado, só se olha para a frente porque quem decide é o povo".
No comício, em Leiria, discursaram ainda Margarida Marques, cabeça de lista por Leiria, elogiada por Costa: "Foi mesmo a primeira mulher a ser secretária-geral da Juventude Socialista", e o mandatário distrital, Vitor Faria.