O candidato apoiado pelos comunistas foi ao Alentejo lembrar os problemas da interioridade e apelar ao voto útil em vez do "voto fútil".
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"O voto fútil é aquele que é da conveniência, aquele a que estamos obrigados pela circunstância e pelo momento. O nosso lado é do voto útil, daquele que serve os interesses de quem tanto luta há tantos anos por um Portugal com outro rumo. Porque não estamos condenados a viver a vida pela metade", disse Edgar Silva, num almoço comício em Arraiolos.
A jogar em casa, o candidato comunista cantou com os Trovadores do Redondo antes de criticar as políticas de "terrorismo social" que estão a matar o interior, nomeadamente o encerramento de serviços públicos como escolas e tribunais. "Alguém dizia que em algumas localidades daqui a algum tempo nem se saberá a quem entregar a chaves do cemitério", atirou.
O candidato comunista apelou a que ninguém se resigne a fatalismos e que sigam o exemplo do Alentejo. "É um povo que não aceita vergar-lhe a vontade alheia, que não aceita viver pela metade", elogiou.
Entre os apoiantes no almoço de Arraiolos, não faltavam exemplos de resistência como o de Gervásio, que protagonizou, com outros sete camaradas, a histórica fuga da prisão de Caxias, num carro blindado de Salazar, em 1961. "Não fui nenhum herói, fui um resistente contra a ditadura fascista que esta juventude, felizmente, não conheceu", disse. Sobre o camarada Edgar confessa que conhece "pouco" do candidato, apenas que "foi padre católico mas ele deve ter-se apercebido que estava enganado no caminho. Agora está no caminho certo", comentou.