"Era só o que faltava que fosse mais importante apoiar independentes do que socialistas"
Num almoço com apoiantes em Bragança, Maria de Belém apelou ao voto útil na sua candidatura e dirigiu-se diretamente ao Partido Socialista. Belém considera-se mais merecedora do apoio do partido do que Sampaio da Nóvoa. Considera que é importante dar espaço aos independentes, mas não aceita que a sua candidatura seja preterida.
Corpo do artigo
Não pode ser mais importante apoiar independentes do que militantes do Partido Socialista, atira Maria de Belém ao próprio PS. "Não posso ser considerada como menos digna do apoio dos socialistas, era só o que faltava que agora fosse mais importante apoiar independentes do que socialistas. E que os militantes socialistas tivessem de ficar para trás. O PS sempre abriu aos independentes, mas não pode discriminar relativamente aos seus militantes, considerando mais aptos os independentes", ataca.
E Maria de Belém aponta porque considera ser possível alcançar mais votos do que Sampaio da Nóvoa. A minha sensibilidade e a minha sensatez é capaz de ir buscar mais votos a um espetro mais alargado, do que o de outros candidatos designadamente que se situam em áreas próximas da minha, que não sabemos como é que vão desempenhar o papel por muitas promessas que sejam feitas em campanha eleitoral", acrescenta.
Por isso, foi clara, apelou ao voto útil: "O voto útil é o voto na minha candidatura, para quem considera que o candidato da direita não satisfaz as exigências que colocamos relativamente a quem deve desempenhar o papel de presidente da República".
Candidaturas independentes sim, mas apoio do partido para quem já tem histórico de trabalho interno.
Declarações de Maria de Belém durante uma passagem por Bragança, onde visitou o Instituto Politécnico e reforçou que dedica o dia de hoje ao interior do país, onde há menos gente e onde há menos votos. Tem consciência disso, mas a sua bandeira são as causas e acha que é preciso mostrar o que de melhor se faz por todo o país, corrigindo assim as assimetrias.
Contra a caça ao voto em detrimento das causas do país, Maria de Belém justifica a sua visita ao Politécnico de Bragança. "Não é uma ação de campanha típica. Apesar de haver poucos votos, as opções políticas devem ser feitas em função de princípios valores e não em função de interesses eleitorais e mediatistas", sublinha.
É preciso mostrar que o ensino superior do interior do país está na vanguarda da ciência, mesmo que seja um território despovoado. "Sei que as pessoas apostas sobretudo no litoral onde há mais gente e mais eleitores, mas há princípios que devem ser sublinhados e são esses princípios que norteiam a minha campanha".
E o Politécnico de Bragança é exemplar na fixação de gente no interior e na criação de empresas. Belém insiste que não há portugueses de primeira e de segunda, quer vencer e para isso precisa de votos, mas acha que os consegue mostrando o valor dos territórios com menos gente.