Depois de dar as "boas vindas" aos militantes e simpatizantes socialistas que se queiram juntar à campanha, o ex-reitor, e para que fique "completamente claro", voltou a apontar Marcelo Rebelo de Sousa e a abstenção como os adversários na campanha.
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Não chegou a ser um convite formal, mas, contra as vozes - entre as quais as dos socialistas Manuel Alegre e Vera Jardim - que acusam Sampaio da Nóvoa de estar a usar a "máquina" do PS para fazer campanha, o candidato presidencial responde com uma mensagem de "boas vindas" a "todos os militantes e simpatizantes socialistas".
O antigo reitor que, durante o dia, rejeitou entrar numa troca de palavras com os apoiantes da candidatura de Maria de Belém sobre que tipo de apoio está, ou não, a receber por parte da estrutura do Partido Socialista, procurou deter o assunto dando conta de é com naturalidade que a campanha conta com o apoio "todos" os que se queiram juntar, quer sejam independentes, socialistas ou militantes de outros partidos.
"A vossa adesão espontânea e genuína honra-nos", disse, acrescentando depois: "Dando-nos a certeza de que vamos ganhar estas eleições".
Durante o discurso, num dos comícios menos concorridos da campanha, Sampaio da Nóvoa insistiu ainda que, até 24 de janeiro, não muda o alvo: "Quero deixar totalmente claro e inequívoco, uma vez mais, que só tenho dois adversários nesta campanha: Marcelo Rebelo de Sousa e a abstenção".
"Não me engano nos alvos das críticas nem nos adversários, sei bem quem estamos a enfrentar e porquê", salientou o antigo reitor da Universidade de Lisboa que, no grande auditório do Instituto Politécnico, ouviu Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, identificar a abstenção e Marcelo Rebelo de Sousa como principais adversários.
Nesse sentido, o ministro entende que Sampaio da Nóvoa é o "único que está em condições de derrotar o candidato da direita" e "abrir as portas para uma nova atitude e intervenção" do presidente da República.
Vieira da Silva fez depois um apelo ao voto útil: "Apelamos ao voto. Apelamos ao povo de esquerda. A esquerda é a maioria do país, a esquerda é a maioria do povo. A esquerda não pode ceder à indiferença, não pode ceder à decisão que outros querem como tomada".
O governante - o terceiro a entrar, de forma oficial na campanha -- deixou ainda críticas aos mandatos de Cavaco Silva, acusando o atual presidente de não ter estado "à altura das necessidades e das responsabilidades do cargo que desempenhou".
Nóvoa, o "político" da academia
Durante o discurso, e contra os que criticam as ambições de um candidato cidadão e fora da política, Sampaio da Nóvoa insistiu na ideia de que a política não cabe apenas aos partidos e que um presidente precisa de saber fazer ponte. Nóvoa promete "juntar campos desavindos".
Dando como exemplo a fusão entre a Universidade de Lisboa e a Universidade Técnica de Lisboa, nos tempos em que era reitor, afirmou: "Levar a cabo esse projeto não é política? Não prova que, na minha vida profissional, me esforço por estabelecer diálogos?", questionou. "Se julgam que é difícil colocar dois políticos de acordo, garanto-vos que só pensa isso quem não conhece muitos professores universitários", concluiu Sampaio da Nóvoa.