Maria de Belém ouve queixas de "cortes indiscriminados" nas reformas
Na feira de Valongo, a candidata ouviu queixas de quem viu a pensão de invalidez ou a reforma cortadas ou diminuídas pelo anterior governo de Pedro Passos Coelho e que agora anseiam pela reposição prometida por António Costa.
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Houve ainda quem se queixasse em relação ao baixo valor-hora que recebe que, ao final do mês, não chega para pagar as contas.
Maria de Belém considera que os cortes foram desmesurados, embora corrobore que havia situações de ilegalidade, considera que não pode "pagar o justo pelo pecador" e que cada situação tem de ser analisada isoladamente. A candidata apela à educação cívica da população e o governo, para que possam ser salvaguardados direitos básicos.
Primeiro Rosa Costa viu-lhe ser diminuída a reforma. Está na feira, mas pouco feirou, não há dinheiro, queixa-se. "Foi em 2012, era pensão de velhice. Os políticos são todos a mesma coisa, só querem ir para o poleiro". E quando o autarca de Valongo lhe pega nas mãos, de imediato lhe diz: "tem as mãos frias".
As mãos estão frias, mas os ânimos aqueceram com a revolta de uma mãe, que tem um filho com 80% de incapacidade e ainda assim foi considerado apto para trabalhar. "Queremos Portugal em pé. Somos uns desgraçados, até a reforma ao meu filho esquizofrénico tiraram".
Foi preciso controlar quem ilegalmente recebia apoios, mas o controlo extrapolou o efeito. "A ordem que havia era para não atribuir prestações ou pensões por incapacidade, e isto não pode ser num país onde as condições de vida são tão duras", justifica a candidata.
Maria de Belém ouviu ainda quem está no ativo, mas não ganha para pagar as contas. "Ganhamos a 2,90 euros à hora, de manhã à noite, para ganharmos um salário de miséria. Se ganhar lembre-se de nós", queixaram-se duas empregadas de limpeza.
Mas, em Valongo houve quem atirasse palavras de ânimo à candidata: "se fizer aquilo que diz vai endireitar o país", atirou-lhe uma feirante.
Foi à feira, não comprou, mas ofereceram. Das mãos de José Manuel Ribeiro, autarca de Valongo, recebeu a típica regueifa local.