A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, respondeu esta quinta-feira ao seu adversário Marcelo Rebelo de Sousa defendendo que "nada está decidido" nas eleições de 24 de janeiro e rejeitou antecipar qual será a vontade dos eleitores.
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"Eu não presumo nunca nada em relação ao que é a vontade dos eleitores. Quem decide, é quem vota. Eu não faço esse tipo de prognósticos, não presumo a vontade de ninguém", disse, defendendo que "as pessoas são muito adultas e sabem bem em que vão votar, não precisam de recomendações".
Em Coimbra, na Escola Secundária Avelar de Brotero, Marisa Matias respondeu assim às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que tem dito que o sentido de voto das eleições presidenciais de 24 de janeiro já está decidido, considerando a candidata apoiada pelo BE que "há toda a margem de manobra" e "não está nada fechado" porque "as pessoas decidirão a seu devido tempo e saberão fazer a sua avaliação".
Admitindo que "existe uma posição diferente em matéria daquilo que tem sido a exposição mediática ao longo dos últimos anos" em relação aos candidatos de esquerda e o de direita, Marisa Matias assegurou que "as eleições não são um concurso de popularidade nem de antiguidade".
Interrogada sobre a meta eleitoral para corrida a Belém, a eurodeputada bloquista respondeu apenas: "Eu é mais pessoas, é menos números".
À pergunta sobre se o país está preparado para ter uma Presidente da República mulher e com 39 anos, Marisa Matias devolveu com outra questão: "Como é que ao fim de 41 anos de democracia ainda nunca tivemos uma mulher eleita para a Presidência da República ou uma mulher eleita para primeira-ministra? Tivemos uma magnífica primeira-ministra mas por nomeação", disse, referindo-se a Maria de Lurdes Pintasilgo.
"Essa questão deve colocar-se numa sociedade que é composta maioritariamente por mulheres. Porque é que as mulheres servem para todos os cargos, para todos os trabalhos de igual forma, têm menos salários do que os homens para as mesmas funções e com as mesmas qualificações. Mas chegamos ao topo, seja nas funções de Estado, seja das grandes administrações, e não encontramos mulheres", lamentou.
Para a pretendente a Belém, os candidatos e candidatas tema obrigação de usar o período de campanha para apresentar as propostas, para falarmos do país que querem, como é que pensam nele e como é que pensam executar as funções caso sejam eleitos Presidente da República.