Confrontado com os ataques de Manuel Alegre e Vera Jardim, que o acusam de usar a "máquina" do PS para fazer campanha, o ex-reitor reforça que os adversários são dois: Marcelo e a abstenção. Haverá "convergência natural" na segunda volta, confia o candidato que, em Valença, contou com o apoio do pai de Paulo Portas.
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"Estou aqui na lógica do que é a minha campanha e minha candidatura, e não me desvio um milímetro desse caminho. Sei muito bem quais são os meus adversários", sublinhou Sampaio da Nóvoa em Valença, cidade de onde é natural.
O antigo reitor prefere não responder, de forma direta, aos ataques por parte dos socialistas Manuel Alegre e Vera Jardim, reforçando que os adversários que combate nesta eleição são outros: "O candidato que representa políticas e continuidades que eu não quero ter, porque não quero ter vinte anos de presidência da República na mão de pessoas da direita e que representam causas diferentes daquelas que eu represento, e o outro adversário é a abstenção".
Salientando que a candidatura foi lançada "cedo", Sampaio da Nóvoa diz-se "satisfeito" por contar com o apoio de "todas as pessoas, todos os movimentos, todas as dinâmicas" e que, nesse sentido, ninguém é excluído: "Sejam do Partido Socialista ou de muitos outros lugares", adianta.
Sem nunca referir Manuel Alegre, Vera Jardim ou qualquer outro socialista, o ex-reitor da Universidade de Lisboa garante apenas que é uma "enorme felicidade" que "toda a gente venha a esta candidatura".
Sampaio da Nóvoa confia ainda que, a meio da campanha, as críticas e as trocas de palavras não vão hipotecar um apoio do PS numa eventual segunda volta, acreditando que haverá "uma convergência natural" de "pessoas do PS e de outros partidos" em torno da candidatura.
"E é por isso que, em nenhum momento, me ouvirão fazer qualquer gesto ou qualquer palavra que possa prejudicar essa convergência", acrescenta.
Pai de Paulo Portas apoia Sampaio da Nóvoa
Em Monção, um dos concelhos visitados durante o périplo de Sampaio da Nóvoa pelo distrito de Viana do Castelo, o candidato presidencial recebeu o apoio de Nuno Portas, pai do agora presidente cessante do CDS-PP.
Questionado pelos jornalistas sobre as razões que o levam a prestar apoio a Nóvoa, o arquiteto definiu o ex-reitor como alguém "capaz". Sublinhando ser "amigo pessoal" de Marcelo Rebelo de Sousa, Nuno Portas considerou, tanto Nóvoa como Marcelo são personalidades "muito inteligentes" e que seria "bom" que houvesse uma segunda volta.