O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa acusa Marcelo Rebelo de Sousa de revelar "ingratidão" para com apoiantes ligados ao PSD, partido de que foi líder, pedindo para que "não apareçam" na campanha.
Corpo do artigo
Depois de, durante os últimos dias, ter tentado chamar Marcelo Rebelo de Sousa para o "debate" e o "confronto de ideias", Sampaio da Nóvoa diz que o ex-líder do PSD continua sozinho e que até "descarta" os apoiantes - em grande parte ligados ao PSD - para "não estragar o show de uma campanha vazia".
Em Abrantes, num almoço-comício, o antigo reitor da Universidade de Lisboa considerou esta situação uma "originalidade" por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, depois de admitir que, em eleições presidenciais, é normal que os partidos tenham um "papel diferente" e que estejam mais afastados das candidaturas.
"O que nunca vimos no passado foi um candidato a dizer às pessoas do partido de que foi presidente: por favor não apareçam, mas votem em mim", atirou, acusando depois o ex-líder social-democrata de "taticismo" e de "ingratidão", garantindo que a sua candidatura "traz o civismo contra o cinismo".
Mas, durante o almoço, também Jorge Lacão , vice-presidente da Assembleia da República, apontou a Marcelo Rebelo de Sousa, com o deputado do PS a recuar quase duas décadas, até à revisão constitucional de 1997 - época em que o líder do PSD era o ex-comentador.
Acusando Marcelo Rebelo de Sousa de ter tentado fazer a revisão constitucional "em 15 dias" e recorrendo a um "pequeno comité do PSD e um possível pequeno comité do PS", o deputado do PS afirma: "O objetivo era utilizar uma revisão constitucional como moeda de troca para se garantir como líder de oposição oferecendo em contrapartida a viabilização do Orçamento do Estado".
Em Abrantes, Sampaio da Nóvoa contou ainda com o apoio de Hugo Costa e Idália Serrão, deputados do PS, e Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, bem como do oronel António Manuel Garcia Correia, mandatário distrital da candidatura e um dos militares de abril, que afirmou sobre o ex-reitor: "Pode um soldado chegar a general".