O líder do socialista defende que uma vitória do PS significa vencer de forma "inequívoca" e, sublinhando que última semana de campanha é "decisiva", lança apelo contra a abstenção.
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Uma maioria "clara", a convicção de que a direita terá "uma derrota histórica" e o repto para que ninguém fique em casa. António Costa faz destes três pilares a base para a vitória mas, sublinha, não basta vencer. O líder do PS pede aos eleitores uma "vitória clara, inequívoca e maioritária".
No Cineteatro de Almeirim, o secretário-geral do PS mostrou-se confiante de que a derrota da coligação será "histórica", dizendo que, ao pedir maioria absoluta, Passos Coelho está a apenas a "enganar a si próprio".
António Costa não comentou o evoluir das sondagens diárias, que continuam a dar a liderança à coligação, mas, diz que já fez a sua "própria sondagem", pelas estradas do país, e conclui: "Há uma esmagadora maioria de portugueses que só tem uma vontade profunda: que, no próximo dia 4 de outubro a coligação de direita perca estas eleições".
Apesar da confiança, com sala cheia, o secretário geral do PS não deixou, no entanto, de lançar o apelo contra a abstenção: "Cada um que fique em casa está a ajudar, indiretamente, a que aconteça aquilo que menos deseja, que é manter o atual governo de Passos Coelho e Paulo Portas".
E, para que os próximos quatro anos não sejam governados ao mesmo ritmo, acrescenta: "Cada um que desperdice o seu voto a acreditar que é possível tocar outra música sem virar o disco estará também a desperdiçar o seu voto, porque para mudar a música é preciso virar o disco".
Em pleno Ribatejo, Costa respondeu ainda ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que pediu aos eleitores uma maioria parlamentar: "Ouvi o primeiro-ministro a dizer que será terrível se eles não ganharem com maioria absoluta. Pois eu imaginei o arrepio que as portuguesas e os portugueses sentiram na espinha só de imaginarem que eles ganhassem, quanto mais com maioria absoluta".
Antes, já Vieira da Silva, cabeça de lista em Santarém, tinha criticado o executivo por promover, no país, o "empobrecimento por opção e por estratégia".
"Dizia Passos que o combate da próxima legislatura seria o combate contra as desigualdades. Pode alguém ser quem não é quando não teve pudor de cortar as prestações de crianças das mais pobres do país?", questionou. O ex-ministro e deputado socialista acusou ainda o primeiro-ministro de estar a fazer um "exercício de esquecimento".
Antes, também António Gameiro, presidente da Federação do PS de Santarém, também deixou críticas: "A direita deixa sempre à sorte de cada um aquilo que o mercado escolhe".