Em Mangualde, o candidato presidencial afirmou que, na última semana, ficou claro que "nada está resolvido". O antigo reitor da Universidade de Lisboa promete levar as eleições a uma segunda volta, contra "aquele que se autoproclamava" presidente da República. Caso seja eleito, garante "novos caminhos", ao contrário dos "mesmos caminhos de sempre" escolhidos por Cavaco Silva.
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"Sabemos hoje que nada está resolvido e que aquele que se autoproclamava presidente da República daqui a umas semanas está longe de ser presidente da República", afirmou Sampaio da Nóvoa.
Recebido na sede de candidatura por algumas dezenas de apoiantes, entre os quais a deputada socialista Elza Pais e o ex-deputado do PS Acácio Pinto, o candidato presidencial reforçou a ideia de que a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa - quer à primeira quer a segunda volta - não é um dado adquirido e que os últimos oito dias, em que decorreram os debates televisivos, vieram mostrar que uma vitória antecipada era apenas "um mito".
"Nos últimos oito dias caiu um mito. E, para a democracia, é bom que esse mito tenha caído, porque na democracia nada está resolvido antes de o povo se pronunciar", disse Sampaio da Nóvoa, salientando que, em tempo de campanha rumo a Belém, é preciso "discutir com as pessoas e mobilizar-nos democraticamente".
Na segunda passagem por Mangualde, o ex-reitor insurgiu-se contra os que entendem que o dia das eleições será "um passeio para determinado candidato" e um dia em que "será uma maçada votar e contar os votos". "É a democracia que nos vai levar à vitória", afirmou, depois de agradecer o "entusiasmo" e a "energia" em torno da candidatura.
Sampaio da Nóvoa apontou ainda o dedo a Marcelo Rebelo de Sousa, por este, em tempo de legislativas, "apelar ao voto em Passos Coelho e Paulo Portas, do lado das políticas que nos trouxeram onde trouxeram, dizendo que essas eram as políticas boas".
Cavaco Silva "não esteve próximo" dos portugueses
Em jeito de balanço, depois de oito meses a percorrer o país, Sampaio da Nóvoa deixou ainda algumas criticas a Cavaco Silva: "Vi um país fraturado, com falta de rumo, desiludido e, muitas vezes, zangado com o seu presidente da República, por sentir que nas alturas mais dramáticas o seu presidente não esteve próximo".
"Os portugueses precisam de um presidente presente, que não lhes falte nos momentos difíceis", salientou.
No interior "com amor"
No distrito de Viseu, o candidato presidencial insistiu na necessidade de apostar no interior e na "coesão territorial", gracejando, em tempo de intempéries, que se uma "campanha molhada é campanha abençoada", uma "campanha no interior é uma campanha com amor".
Antes, já a deputada socialista Elza Pais tinha deixado um apelo: "Queremos um Portugal diferente, queremos que o interior seja valorizado".