Ao terceiro dia de campanha, o antigo reitor passou por empresas dos distritos de Castelo Branco e Portalegre, para sublinhar a necessidade de combater o desemprego e a desertificação no interior do país. "Fixação de emprego e inovação tecnológica" também se fazem no interior, insiste o candidato.
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"Creio que Portugal reconhece o trabalho que tem feito no interior do país, na fixação de emprego, na capacidade de inovação e de renovação tecnológica e ao nível da responsabilidade social", salientava Sampaio da Nóvoa no final da visita à fábrica da Delta Cafés.
Em Campo Maior, recebido pelo comendador Rui Nabeiro, também presidente honorário da Federação Distrital de Portalegre do Partido Socialista, o candidato presidencial, visivelmente surpreendido com a dimensão das instalações, visitou a empresa que considera "um dos bons exemplos" no combate ao desemprego no país e à desertificação do interior.
"É para mim muito importante marcar este terceiro dia pelo interior do país", declarou, acrescentando que, para além da vertente laboral, há no interior exemplos claros de empresas que têm um papel fundamental na "criação de um conjunto de outras atividades culturais e sociais".
Isabel Bandarra, funcionária da Delta há 30 anos, foi uma das trabalhadoras que recebeu Sampaio da Nóvoa na sala de provas da fábrica. Depois da passagem do candidato conta à TSF que já foram muitos os candidatos a Belém que por ali passaram: "Lembro-me do Jorge Sampaio, lembro-me também do atual presidente Cavaco, do doutor Mário Soares". De Sampaio da Nóvoa, aspirante a presidente da República, espera apenas que "dê tudo o que possa pelo país".
Outro dos funcionários, José Romudas, também assiste à visita do antigo reitor. Assumindo-se eleitor do PS, acredita numa segunda volta e critica a falta de apoio dos socialistas a qualquer uma das candidaturas: "Acho que por haver duas candidaturas [de Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém] talvez estejam na dúvida, mas acho que deviam dar um apoio e dizer declaradamente [quem apoiam]. Mas eles vão dar".
Antes, pela manhã, na Covilhã, o candidato presidencial já tinha visitado a empresa de tecidos de lã Paulo de Oliveira, uma das maiores em toda a Península Ibérica, onde identificou as "desigualdades" como o "maior defeito do país".
Já em Castelo Branco, acompanhado por Ramalho Eanes, um dos três ex-presidentes que declara o apoio a Sampaio da Nóvoa, o antigo reitor visitou a Centauro, uma empresa de equipamentos de refrigeração, onde ouviu do antigo presidente da República que um chefe de Estado deve ser alguém com a função de "mobilizar os empresários e organizações, fazendo-os ter uma voz ativa no diálogo com o governo e na defesa dos seus interesses, que são também os interesses do país".