Sampaio da Nóvoa: Marcelo está a "desrespeitar a separação de poderes"
Depois de ouvir o ex-líder do PSD afirmar que faria "o possível e o impossível" para viabilizar o Orçamento que ainda não conhece, Sampaio da Nóvoa acusa o antigo comentador de "inconsistência" e de "servir mal" o país.
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"Para esconder o Marcelo de 2015, 2014 e 2013, o Marcelo de 2016 continua a sua campanha prometendo tudo a todos. Não há nada que Marcelo não diga", afirmou o antigo reitor.
Sampaio da Nóvoa tem insistido na ideia de que não há apenas um Marcelo, mas vários, cada um com uma opinião diferente daquela que foi manifestada pelo anterior. Razão suficiente, defende, para salientar o que entende ser a "leviandade" e "inconsistência" de um candidato que "até garante a promulgação de um Orçamento que não conhece, como se Belém fosse a sede do governo e do parlamento".
Em Évora, o candidato presidencial acusou Marcelo Rebelo de Sousa continuar a apresentar estratégias para apressar as eleições, defendendo que, ainda antes de poder chegar ao cargo, o ex-líder do PSD já está a "servir mal" os portugueses.
"Um presidente a sério não promete aprovar orçamentos que ainda não conhece", acrescentou, assinalando, nesse sentido, que o ex-comentador demonstra "desrespeito pela separação de poderes e a dignidade da função presidencial".
E, perante uma plateia de cerca de 200 pessoas, no Teatro Garcia de Resende, em Évora, Sampaio da Nóvoa garantiu que, com ele na presidência, não haverá tiros no escuro: "Nunca ninguém me ouvirá garantir a minha assinatura num documento que não conheço. Porquê? Porque não preciso de fingir que sou independente. Sou mesmo".
Durante o discurso, o antigo reitor insistiu que falar com as pessoas "é a única forma de os eleitores avaliarem o que vai fazer cada um dos candidatos quando for presidente da Republica", apontando depois o dedo a algumas candidaturas - e em particular à direita - por terem arrancado para a campanha "ignorando" e "desvalorizando" a sua candidatura.
Na campanha, o ministro veste o fato de "cidadão"
Apresentando-se como "cidadão ativo e empenhado", Capoulas Santos, atual ministro da Agricultura, disse estar confiante de que "ainda não será desta que a direita terá o seu churrasco de novilho".
Lembrando um episódio das eleições presidenciais de 1986 - ganhas por Mário Soares -, em que, na reta final, um arraial organizado pela candidatura de direita terá festejado antecipadamente a vitória de Freitas do Amaral com um churrasco de novilho, Capoulas Santos confia que "também agora não terá direito a festa".
O ministro da Agricultura até considera que a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa é "poupada, humilde e dissimulada", em contraponto com a direita de então, mas que no dia 24, e mesmo com 30 anos de diferença, o desfecho de ambas será semelhante.