Sampaio da Nóvoa: "Não podemos eleger quem sempre apoiou a austeridade"
Nos Açores, o candidato presidencial alertou para o efeito da eleição de quem apoiou a austeridade e de quem esteve confortável com os momentos em que o atual Presidente da República se demitiu de defender a Constituição.
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Sem nunca referir nomes, Sampaio da Nóvoa diz que se o país quer voltar a ter "um Presidente que valoriza a coesão do todo nacional, que se empenha na solidariedade e na construção de um país mais justo, não podemos ignorar o efeito que teria a eleição de quem sempre apoiou a austeridade, fez campanha por quem defendeu a austeridade e é apoiado por quem continua a insistir na austeridade".
Num jantar comício em Ponta Delgada, o candidato aproveitou para falar da questão das autonomias regionais e deixou críticas a Cavaco Silva. Para Sampaio da Nóvoa, a revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores "viu-se subitamente travada pelas reservas do atual Presidente da República que, num ato para muitos, quase todos, incompreensível, olhou para esta melhoria da qualidade da democracia nos Açores como um problema, como um atentado aos seus poderes".
Por isso, defende, "se queremos voltar a ter um Presidente que respeita todos os cidadãos e todas as instituições da República, não podemos conviver bem com a eleição de quem não se colocou do lado certo da defesa do aprofundamento das autonomias quando o presidente atual as pôs em causa".
O Presidente do PS e antigo Presidente do Governo Regional dos Açores esteve ao lado de Sampaio da Nóvoa em Ponta Delgada. Carlos César rejeitou a existência de divergências que afetem a coesão do partido e lembrou que, apesar de não apoiar, nesta primeira volta, nenhum dos candidatos, o partido recomenda "a todos os seus militantes e a todos os seus simpatizantes que participem nesta campanha presidencial e que façam a sua opção no quadro das candidaturas mais próximas do Partido Socialista, a do professor Sampaio da Nóvoa e a da doutora Maria de Belém".
Carlos César reconheceu, no entanto, uma tendência maior de apoio a Sampaio da Nóvoa, "mas isso faz parte da liberdade que os militantes e os dirigentes do Partido Socialista devem usar nesta fase deste processo".