Enquanto convidado de honra de uma cerimónia dedicada ao ensino superior, o antigo reitor criticou a forma como, desde sempre, o país desvalorizou a educação. Sublinhando a importância de saber ligar as universidades ao mundo empresarial, o candidato deixou ainda o apelo para que empresas tenham um "quadro de estabilidade".
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"O pior discurso, o discurso mais medíocre da nossa história, foi sempre o discurso de que temos diplomados a mais. Não, não temos. Temos diplomados a menos para aquilo que a nossa sociedade precisa e a nossa economia precisa", disse Sampaio da Nóvoa no ISDOM - Instituto Superior D. Dinis, na Marinha Grande.
Numa intervenção dedicada, quase em exclusivo, a fazer a ponte entre a necessidade de investir na educação do país e a criação de caminhos que permitam às universidades caminhar, lado a lado, com o mundo empresarial, o candidato a Belém criticou a "frágil aposta" do país na ciência e na cultura científica. Uma opção que, sublinha "afastou" Portugal do desenvolvimento.
E, porque na ideia do antigo reitor da Universidade de Lisboa, um país que não aposta na ciência não pode crescer, Sampaio da Nóvoa diz que não quer voltar a ver "uma universidade que se fechava à sociedade" e pede o contributo: "A universidade da cidades, que está com as empresas, com a sociedade e comprometida com o desenvolvimento do país".
Falando na qualidade de ex-reitor, e como convidado de honra e orador principal de um jantar para celebrar os 25 anos do ensino superior na cidade, o candidato presidencial sublinhou conceitos como "inovação e conhecimento", mas também "produtividade", defendendo que os centros de ciência devem estar "cada vez mais ligados" ao mundo empresarial.
E, porque na plateia estavam alguns empresários, também para estes Sampaio da Nóvoa deixou uma mensagem: "As empresas precisam de um quadro de estabilidade, que lhes permita uma continuidade de investimentos e um contexto de confiança (...) seja no plano governativo, seja no plano fiscal, seja no plano laboral, estas empresas precisam de liberdade e não de crescentes interferências burocráticas ", concluiu.
Esta sexta feira, o dia de Sampaio da Nóvoa é inteiramente dedicado ao distrito do Porto onde, à noite, o candidato conta com a participação de Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, num jantar- comício, em Matosinhos.
Trata-se da segunda vez que um ministro entra na campanha de Sampaio da Nóvoa. O primeiro foi o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que, na terça-feira, discursou em Évora.