Sampaio da Nóvoa: "Querem despachar as eleições o mais depressa possível"
Contra quem quer fazer das eleições um "televoto" e um "concurso de popularidade", o candidato presidencial quer "diálogo e compromisso" diários com todos os portugueses. Correia de Campos, mandatário nacional, aponta Marcelo Rebelo de Sousa como principal adversário e acusa Maria de Belém de "morder" na candidatura de Sampaio da Nóvoa.
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"Há alguns candidatos presidenciais que querem despachar estas eleições o mais depressa possível, como se fossem uma espécie de televoto na televisão e, no final, ainda estamos habilitados para um sorteio qualquer", afirmou Sampaio da Nóvoa.
Num jantar-comício em Viseu, o antigo reitor da Universidade de Lisboa defendeu que a eleição presidencial "não é um concurso de popularidade" e que a democracia é feita "com as pessoas, com o seu envolvimento e a sua mobilização", num processo diário.
Prometendo uma "cultura de diálogo e de compromisso com todos os portugueses", Sampaio da Nóvoa rejeita um Portugal de fatalismos: "Estamos aqui para dizer que há um caminho possível a trilhar por um país mais capaz e não por um país que está sempre submetido aos ditames da fatalidade".
Justificando o porquê de ter apresentado a candidatura, afirmou: "Se Portugal estivesse bem, provavelmente eu não estava nesta candidatura", salientando que, ao avançar, pretende travar um combate em quatro áreas: desigualdades, desemprego, despovoamento e desperdício.
"O problema não é vivermos acima das nossas posses, mas sim haver regras desequilibradas em que ganham sempre os mesmos e perdem sempre os mesmos", acrescentou, depois de afirmar que ao permitir a emigração jovem, o país está a "pagar o desenvolvimento dos países europeus mais desenvolvidos".
Correia de Campos ataca Maria de Belém e Marcelo
Se, ao invés de atacar os adversários mais diretos, no discurso da noite Sampaio da Nóvoa optou por explicar as razões que o levaram a candidatar-se, as críticas diretas a Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém couberam ao mandatário nacional da candidatura, Correia de Campos.
"Marcelo é folclore, é intriga, é criação de factos falsos. Marcelo é cada coisa e o seu contrário, é uma no cravo e outra na ferradura. Marcelo está bem com Deus e com o demónio", disse o ex-ministro da Saúde, que definiu o antigo líder do PSD como o principal adversário de Sampaio da Nóvoa.
Já sobre Maria de Belém, Correia de Campos foi ainda mais cáustico: "É natural que nos ataque mais do que nós a atacamos a ela. Encontra-se atrás de nós nas intenções de voto e pensa que só progride mordendo no nosso eleitorado. Pois, que morda, mas na direita, de quem tanto de aproxima".
O mandatário nacional da candidatura de Sampaio da Nóvoa acusou ainda Maria de Belém de "tentar passar despercebida" durante o período em que foi presidente do PS: "Uma presidência ambígua, inoperante e inútil". E concluiu deixando uma questão: "Quem pode sentir-se protegido com ela na presidência da República?".