Confrontado com as ameaças de greve por parte dos sindicatos que reivindicam a reposição imediata das 35 horas semanais, Sampaio da Nóvoa defende que há margem para dialogar. Com o desacordo entre o PS e os restantes partidos que apoiam o governo, o candidato presidencial pede "prudência" em prol da estabilidade.
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"O pior que nos poderia acontecer, obviamente, seria situações de crise que não permitiriam consolidar este novo tempo que se tem vindo a abrir em Portugal", avisa Sampaio da Nóvoa, receando um cenário de instabilidade governativa no país.
O antigo reitor da Universidade de Lisboa considera que, apesar da falta de acordo quanto à entrada em vigor da lei que irá repor o horário de trabalho dos funcionários públicos nas 35 horas semanais, PS, PCP, BE e PEV devem criar condições para cimentar o compromisso que entende ser "essencial" para a estabilidade do governo.
"Muita convicção, muita persistência, muita determinação e prudência na criação e na consolidação desses acordos e desses compromissos", apela o candidato presidencial, que sublinha: "Estes novos acordos, nenhum de nós entendia que iam ser fáceis, imediatos e que iam resolver com uma varinha de condão todos os problemas de Portugal".
Em Campo Maior, no final de uma visita à fábrica de cafés Delta, Sampaio da Nóvoa apelou a uma "cultura de negociação e compromisso", acreditando que ainda há tempo para o diálogo entre o governo e os sindicatos.
"A margem para o diálogo existe sempre e essa margem é a margem que tem estado presente na sociedade portuguesa nas últimas semanas, quando muitos anunciavam visões mais ou menos tremendistas da sociedade portuguesa", disse, e concluiu: "Com certeza que há margem para isso".
O candidato presidencial está esta terça-feira de visita aos distritos de Portalegre, Castelo Branco e Évora, onde mais logo terá um comício, no Teatro Garcia de Resende, em que participa o ministro da Agricultura, Capoulas Santos.