10ª Semana do Empreendedorismo de Lisboa - Estará a retoma à distância de um click?
O desafio foi lançado pela autarquia a toda a comunidade e junta especialistas de diversas áreas na grande conferência de 27 de maio no Capitólio, com transmissão em streaming na TSF para debater qual o melhor caminho para a retoma.
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A Conferência "Economia de Lisboa: Retomar e Construir o Futuro" pretende ser uma reflexão sobre o estado de arte da cidade, o seu perfil económico e laboral, bem como a atração de investimento e inovação e ainda a retenção de talento e de empresas. Vai contar com o contributo de especialistas de diversos domínios do conhecimento, bem como, da própria comunidade de empreendedores e do ecossistema de inovação.
Um encontro que também pretende ser a oportunidade para lançar ideias que ajudem a autarquia a reajustar o plano estratégico de ação para os próximos 10 anos, numa altura em que, a cidade é destino de mais de 800 startups, de crescimento rápido e elevado impacto, entre as cerca de 334 mil empresas sedeada na capital e na última década assistiu à instalação de 127 Coworks, 28 aceleradores e 47 incubadoras, de acordo com os registos da própria autarquia.
Lisboa lidera uma área metropolitana que concentra um número significativo de empresas com elevado grau de tecnologia e I&D- investigação e desenvolvimento, que foi capaz até 2020 de fixar o mais elevado número de pessoal ao serviço de grandes empresas estrangeiras, no desenvolvimento de tecnologia, face à média existente no restante território português.
A capacidade de atrair investimento direto estrangeiro, em especial na área tecnológica é visível nos centros de serviços partilhados com elevado potencial de oferta nearshoring, quer em setores ligados a software e internet, quer de saúde e bem-estar e o valor investido em I&D ronda já 1 072 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 45% do total da despesa nacional neste domínio.
A pandemia veio mostrar algumas fragilidades em áreas de atividade consideradas mais tradicionais e embora os setores com mais peso de referência na economia local continuem a ser: o Turismo (15,6%), o Comércio (13,8%), a Construção e Imobiliário (7,8%) e outros serviços às empresas (5,3%), já os setores considerados estratégicos: Saúde (5,8%), TIC"s (4,6%), Mar (4,6%) e Indústrias Criativas (4,3%) reforçam a convicção da necessidade de maior aposta para o dinamismo económico.
O futuro do trabalho também vai merecer uma reflexão, numa cidade com mais de 500 mil habitantes, mais de um milhão de trabalhadores diários e com um crescimento na ordem dos 25% de residentes de outras nacionalidades, até ao ano pandémico de 2020, o que juntar aos estudantes nacionais e estrangeiros levanta a questão de como ajustar oferta e procura. Atualmente há mais de 33 mil estudantes estrangeiros inscritos nas 89 universidades instaladas no seu perímetro urbano, nas quais 43.000 estudantes em cursos superiores nas áreas de tecnologia, incluindo ciências, engenharias e matemáticas, além das 14 escolas de Programação, de acordo com os dados da própria autarquia.
A cidade já atrai quatro unicórnios portugueses e alguns estrangeiros, ou seja, empresas que alcançam um valor de pelo menos 1 bilião de dólares, e mantém a realização de eventos globais como a Web Summit até 2028, continuando a receber manifestações de interesse para ser o berço de novos eventos internacionais.
Ao nível de captação de investimento, só no último semestre de 2020 mantiveram-se anúncios de instalação de novas multinacionais na cidade, em áreas de elevado valor acrescentado e impacto estratégico.
Com o início da pandemia e o avanço dos períodos de confinamento, esta também foi a região do país que mais rapidamente aderiu às modalidades de trabalho remoto (total ou parcial), mobilizando 36% da população empregada, por contraponto aos 23,1% da média nacional.
Temas a abordar em sinergia com os mais variados parceiros, na panóplia de eventos desta "10ª Semana do Empreendedorismo" e especial destaque para o debate de ideias com a comunidade para descobrir os caminhos da retoma que se impõem, face à atual conjuntura.