A transformação para processos mais sustentáveis não tem de ter um peso extraordinário no orçamento - o segredo está em direcionar o investimento para processos, infraestruturas e métodos produtivos que garantam o crescimento da empresa sem pôr em causa o ambiente e garantindo todos os direitos fundamentais e liberdades das pessoas.
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Pensar que as grandes organizações têm mais condições para implementar cadeias de valor sustentáveis é uma falácia. Terão certamente maior capacidade de investimento, mas têm também estruturas muito pesadas, complexas, com inúmeras interdependências.
Por outro lado, as PME e microempresas têm na sustentabilidade uma enorme vantagem competitiva em relação às grandes organizações. Têm estruturas mais leves, mais dinâmicas, capazes de empenhar processos de mudança de forma mais ágil, mais rápida e com menor impacto na sua cadeia de valor.
A transformação para processos mais sustentáveis não tem de ter um peso extraordinário no orçamento - o segredo está em direcionar o investimento para processos, infraestruturas e métodos produtivos que garantam o crescimento da empresa sem pôr em causa o ambiente e garantindo todos os direitos fundamentais e liberdades das pessoas.
Além disso, estas inovações e adaptações sustentáveis podem trazer melhorias ao nível do consumo e dependência energética, do aumento da rentabilidade e produtividade, do acesso e reutilização de materiais, da distribuição e da cadeia de abastecimento, entre tantos outros benefícios diretos e indiretos de uma rentabilização sustentável de processos, que deve sempre ter como objetivo a economia circular.
A sustentabilidade sempre fez parte do léxico dos negócios. Todos os empresários e gestores procuram uma boa gestão de recursos e meios, preservando a continuidade.
A única diferença é que hoje em dia os recursos e meios que temos que gerir não são os da empresa, mas os do planeta. Por isso, quando analisamos a sustentabilidade de uma empresa, não podemos apenas analisar a sua sustentabilidade económico-financeira; não é possível procurar o lucro sem considerar outras variáveis fundamentais à continuidade do negócio, sejam elas os recursos naturais e energéticos, os ecossistemas, as comunidades locais, os direitos humanos, ou a dignidade e o bem-estar das pessoas.