O cabeça de lista do CDS às europeias de 2019 insiste que António Costa quer nacionalizar as eleições europeias e "esconde" Pedro Marques.
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Nuno Melo afirmou esta segunda-feira em entrevista à TSF que "António Costa montou uma ficção", para desviar atenções e corrigir o "sentido descendente", em que as sondagens apontam, relativamente ao Partido Socialista.
"O PS nas eleições europeias esforçou-se por esconder o seu candidato. E, o doutor António Costa que espalhou cartazes pelo país todo a dizer que "nós somos Europa", não tem feito mais nada do que nacionalizar as eleições", afirmou centrista Nuno Melo.
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"O Partido Socialista, neste momento aprecia tão pouco o seu cabeça de lista que o doutor António Costa se lhe quis substituir, na campanha para as eleições europeias, ao ponto de querer ficcionar uma crise, contra as suas promessas e os seus compromissos, traduzindo em 2019, o que foi José Sócrates com o PEC 4 em 2011", quando este "disse se não me aprovarem o PEC 4 eu demito-me". Mas, "correu-lhe mal e perdeu as eleições". "O doutor António Costa, percebendo que está em perda para as eleições europeias, diz se aprovarem isto demito-me".
"A nossa meta" é eleger "dois eurodeputados"
O cabeça de lista do CDS/PP afirma que é "a única opção de direita" na corrida às europeias de 2019 e quer reforçar o número de mandatos.
Nuno Melo quer "igualar" o resultado de 2009, quando foi "cabeça de lista sozinho", e elegeu dois eurodeputados, referindo-se ao ano em que assumiu pela primeira vez um mandato de parlamentar europeu, acompanhado pelo seu colega de partido, o centrista Diogo Feio.
Em 2014, quando partilhou a liderança de uma lista única, com Paulo Rangel, mantendo nas europeias a coligação do governo, Nuno Melo acabou por ser o único membro da delegação do CDS, em Bruxelas. Agora quer recuperar um deputado.
"Acho que o CDS mereceria eleger mais do que dois eurodeputados", afirma o centrista, considerando que as razões para tal são "o trabalho" do partido e "o que representa", pois "o CDS é hoje a única escolha possível para quem é de direita em Portugal".
Nuno Melo afirma até que o seu parceiro de coligação, desde as anteriores eleições "nunca foi de direita", referindo-se ao actual cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel. Sobre o líder do PSD, "o doutor Rui Rio diz que é um político de centro/esquerda", por essa razão, considera que CDS é o "único partido" que representa "a direita democrática" que agrega "democratas cristãos, liberais e conservadores".
Extremismos
Nesta entrevista à TSF, Melo distancia-se do partido da extrema direita espanhola VOX, o qual espera conseguir alcançar o Parlamento Europeu nestas eleições. O centrista assume que "o parceiro do CDS" em Espanha, continuará a ser o PP, "que é o nosso parceiro no Partido Popular Europeu", no qual, o próprio Nuno Melo tem "enormes amigos".
Sobre as declarações de que o VOX não é um partido da extrema direita, Nuno Melo esclarece que se refere à "ao duplo padrão" para a classificação dos extremismos, uma vez que não concebe que "o VOX seja classificado como extrema direita", sem que o "podemos, o Bloco de Esquerda ou o PCP", sejam classificados como "partidos de extrema esquerda".
Quando a um eventual pedido de adesão do VOX, ao Partido Popular Europeu, Nuno Melo garante que ele próprio "manifestaria" oposição, por achar que "o VOX não tem que ver com o PPE", por exemplo em matéria de "solidariedade", em relação aos refugiados.
Nuno Melo garante que não defenderia, como o VOX que um migrante que entre ilegal em Espanha, fique "para sempre" impedido de se legalizar. Para o político português, é preciso que haja solidariedade, mas "com racionalidade".
"Nós só somos solidários se pudermos ajudar as pessoas que queremos acolher. Se simplesmente dissermos "venha tudo", se não tivermos oportunidades de emprego para essas pessoas, o que lhes estamos a dar é a mendicidade e as ruas", afirma, questionando ainda "onde é que está a solidariedade".
Ao longo desta semana vamos procurar respostas a questões como as alterações climáticas, crescimento e emprego, direitos humanos, eleições europeias, futuro da Europa, migrantes, proteção dos consumidores, proteção social. Estes são os pontos de partida para a conversa com os eurodeputados. Nas últimas semanas, em direto, de Bruxelas ou Estrasburgo. A partir de hoje e até ao final da semana em directo de Lisboa.
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