As mudanças de paradigma nas indústrias (e como Portugal pode aproveitar)
Os tradicionais fatores de produção e de competitividade deixaram de ser os únicos e determinantes, sendo substituídos pela informação, pelo conhecimento e pela tecnologia. Toda a conjuntura económica, social e ambiental que se vive na Europa e no mundo ocidental traz enormes vantagens competitivas a Portugal.
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A economia global está, cada vez mais, assente em indústrias baseadas no conhecimento. Há uma mudança de paradigma: os tradicionais fatores de produção e de competitividade, como o capital e o trabalho, deixam de ser os únicos e determinantes, sendo substituídos pela informação, pelo conhecimento e pela tecnologia.
Como resposta a esta mudança de paradigma, as empresas têm vindo a optar pela terceirização das suas áreas menos competitivas para outras empresas, em áreas relacionadas com a fabricação, com o design ou com a engenharia, bem como para as áreas como a consultoria de negócios, serviços de natureza administrativa, tecnológica e outros.
Num mundo em que se assiste, cada vez mais, à comoditização crescente de produtos e serviços, o papel do nearshoring - em contraponto com o offshoring - revela-se cada vez mais como a alternativa preferida por parte das multinacionais que procuram serviços profissionais.
Também a emergência dos parâmetros de ESG (Environmental, Social e Governance), e da adoção generalizada de melhores, mais éticas e sustentáveis práticas de trabalho, afasta as empresas de países que antes eram tipicamente o destino destes investimentos (nomeadamente alguns países em vias de desenvolvimento, com prevalência na Ásia).
Toda a conjuntura económica, social e ambiental que se vive na Europa e no mundo ocidental traz enormes vantagens competitivas a Portugal como país recetor de investimentos, talento, tecnologia e inovação. Urge que capacitemos as nossas empresas para este potencial, através de uma aposta clara no reskilling e upskilling de competências, no conhecimento - não só técnico, setorial e internacional, mas também ao nível de línguas, e ainda na capitalização das nossas PME, para que consigam ser mais competitivas no panorama global.