Intenção é que haja uma diminuição da quantidade de resíduos depositados em aterro.
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A transição para a economia circular é uma mudança de paradigma que tem de envolver não só os produtores, mas também os consumidores e utilizadores. A Câmara Municipal de Porto de Mós quer potenciar esta relação com a construção de um ecocentro "a dois níveis: um para receber resíduos sólidos urbanos das obras, outro para receber os verdes dos jardins e das podas das árvores para compostagem", afirma o presidente, Jorge Vala.
A iniciativa, que faz parte do Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro, dinamizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, vai ter capacidade para agregar resíduos de todo o concelho. O autarca destaca que o processo de "trituração e compostagem" vai levar a que a adubagem não só seja "natural", como também seja feita "a partir de pressupostos da economia circular".
A construção do ecocentro vai permitir, ao mesmo tempo, que a autarquia consiga reduzir em 10% a compra de compostos para jardins. A longo prazo, a intenção é que haja uma diminuição da quantidade de resíduos depositados em aterro e uma redução do investimento em matérias-primas para as obras públicas.
Além de Porto de Mós, as autarquias de Anadia e Penacova aceitaram também o desafio da CCDRC e estão a dinamizar projetos de compostagem. A Câmara Municipal de Anadia quer implementar um centro de compostagem comunitária com a disponibilização de compostores domésticos. Aqui há também uma lógica colaborativa, já que o projeto só funciona se todos fizerem a sua parte, com compostores domésticos, e se o fizerem em conjunto, com o centro de compostagem comunitária.
Em Penacova o município tem como público-alvo os mais novos, através do envolvimento da comunidade escolar, com o objetivo de educar as gerações futuras para o paradigma circular. Todas as escolas estão dotadas de um compostor, o que permite uma utilização mais eficiente e sustentável dos resíduos orgânicos, formando um adubo natural. Com as ações de sensibilização, informação e educação junto dos estabelecimentos de ensino a autarquia quer desviar os resíduos orgânicos do aterro.
Também a Valnor quer apostar na valorização de resíduos. A entidade vai maximizar a produção de composto a partir de resíduos sólidos urbanos, para produzir uma matéria fertilizante de qualidade, permitindo fechar o ciclo do carbono. Com esta proposta vai ser possível produzir matéria fertilizante de maior qualidade, ao mesmo tempo que se diminuem os resíduos em aterro.