Câmara Municipal de Torres Vedras promove aquisição de bens alimentares a produtores locais
Programa de sustentabilidade na alimentação escolar ajuda no combate ao desperdício.
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A autarquia de Torres Vedras está a desenvolver um programa de sustentabilidade na alimentação escolar que abrange todas as escolas básicas do primeiro ciclo e jardins-de-infância da rede pública. O projeto inclui a aquisição de bens alimentares a produtores locais e também a formação a docentes sobre os conceitos base da produção biológica em contexto prático.
O presidente da câmara municipal, Carlos Bernardes, explica que "as refeições produzidas para as escolas do primeiro ciclo, cerca de 700 mil por ano, têm um impacto financeiro de 1,2 milhões de euros" localmente. Ao mesmo tempo, as ementas são feitas com técnicos que usam "um conjunto de critérios na confeção que visam a redução do desperdício alimentar". O autarca revela que, a longo prazo, o objetivo é que a autarquia passe a ter também a gestão dos refeitórios do segundo e terceiro ciclo e do ensino secundário, acrescentando 990 mil refeições anuais para confecionar. Com esta medida, Carlos Bernardes garante que vão entrar "na economia local cerca de 2,5 milhões de euros".
A iniciativa, que faz parte do Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro, dinamizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, inclui ainda a promoção do contacto direto dos alunos com produtos hortícolas, através do programa Bio Horta. Para Carlos Bernardes, os mais novos "são veículos de transmissão em casa" já que podem "passar esta mensagem junto dos pais e dos encarregados de educação". Desta forma, "toda a comunidade educativa poder estar devidamente informada, mas também capacitada".
O SUCH - Serviço de Utilização Comum dos Hospitais vai também implementar várias medidas de combate ao desperdício nas unidades do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Tondela Viseu e no Centro de Medicina e Reabilitação da Região Centro Rovisco Pais. A entidade pretende criar protocolos com instituições que recolham refeições provenientes do refeitório que não foram consumidas na totalidade pelos utentes. Paralelamente, o SUCH quer fazer ações de divulgação junto dos profissionais para apelar à adoção de novos procedimentos na preparação de refeições. O objetivo é que a comida seja confecionada recorrendo à reutilização de produtos anteriormente desperdiçados.
O pacto de valorização da economia circular inclui ainda duas instituições de ensino superior que se comprometem a promover o combate ao desperdício até junho de 2021. A Universidade de Coimbra vai reaproveitar o óleo alimentar e suprimir os plásticos nas cantinas que são geridas pelos Serviços de Ação Social. Já o Instituto Politécnico da Guarda vai colaborar no projeto "Guarda sem Desperdício". A iniciativa, da Junta de Freguesia da Guarda, vai ser feita através da Escola Superior de Turismo e de Hotelaria. Os participantes vão aprender a evitar o desperdício alimentar com uma aula de culinária do Clube ReDom, que vai ensinar a cozinhar com os "restos de ontem".