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Perante uma ameaça ao comércio internacional e às economias dos seus Estados-membros, a Comissão Europeia arquitetou um pacote financeiro robusto constituído por um orçamento plurianual de 1,08 biliões de euros para os próximos sete anos, incluindo-se aí um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões. Portugal irá receber 15,3 mil milhões a fundo perdido.
A esta quantia poder-se-ão juntar mais 15,7 mil milhões de euros através de empréstimos, recursos que o Governo pretende dispensar para não aumentar a dívida pública.
A crise gerada pelo novo coronavírus tornou claro que as cadeias de abastecimento mais longas, com dependência exagerada face a centros produtores localizados na China e noutros países asiáticos, podem deixar a Europa numa situação complicada. A União Europeia, em pleno processo do Brexit, despertou então para o imperativo da reindustrialização.
Dois vetores fundamentais saíram do plano europeu: o ambiental e o digital. Nada de inesperado, tendo em conta que a própria pandemia acelerou um conjunto significativo de mudanças que já estavam em curso.
Em Portugal, a crise sanitária levou a uma diminuição significativa do volume de negócios da indústria, que caiu 8,7% em abril (mês seguinte ao surgimento da pandemia), a produção automóvel caiu mais de 95% e a energia elétrica 13,8%.
O Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 traça várias linhas de rumo que parecem alinhadas com os objetivos de reindustrialização a nível europeu. Importa debater as opções para que os milhões da Europa não sejam mal aplicados.
A conferência foi transmitida em direto nos sites do JN, da TSF e no Linkedin do BPI, pode consultar o programa completo aqui.