Quando o país retoma a atividade económica importa escolher o caminho da Sustentabilidade. Como se alia desenvolvimento económico, meio ambiente e sociedade justa? Que opções têm de ser feitas? São questões para debater na Conferência Retomar Portugal a 7 de julho.
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A Sustentabilidade pode ser encarada como um processo que é preciso construir, em termos globais, através da sintonia entre desenvolvimento económico, respeito pelo meio ambiente e criação de uma sociedade justa de modo a garantir as gerações presentes e futuras.
O alcance do conceito é tão vasto que em pleno século XXI ele ainda não foi materializado sendo encarado como meta ou objetivo. A importância desse paradigma, determinante na sobrevivência da humanidade, levou a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que se iniciou em janeiro, a assumi-lo como um dos seus compromissos numa altura em que o mundo continuava a lutar contra uma pandemia que abalou os conceitos em que assentava a nossa existência.
Nesse sentido foram definidas metas, de médio e longo prazo, para tornar a vida em sociedade mais saudável e justa, entre elas "privilegiar a mobilidade sustentável, promover a utilização de energia de fontes renováveis, fomentar a economia circular privilegiando materiais reutilizáveis e evitando os materiais descartáveis, sobretudo o plástico, promovendo a recolha seletiva e a reciclagem, apoiar relações económicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, cumprir práticas não discriminatórias ao nível das oportunidades de envolvimento com a Estrutura de Missão da Presidência, independentemente de idade, género, nacionalidade, contexto académico ou incapacidade, privilegiar espaços de eventos e de alojamento que adotem princípios de sustentabilidade e promovam a utilização eficiente dos recursos naturais e promover o bem-estar e a proteção da saúde no atual contexto de pandemia".
A importância da sustentabilidade ficou também patente nos planos apresentados pelos estados-membros para acederem às verbas disponibilizadas por Bruxelas para ajudar a retoma da atividade económica no pós-pandemia.
O Plano de Recuperação e Resiliência apresentado por Portugal mostra isso mesmo ao garantir 16,6 mil milhões de euros de investimento a distribuir por três grande áreas: Resiliência, Transição Climática e Transição Digital. O eixo da Resiliência receberá 11,12 mil milhões de euros que serão destinados a combater as desigualdades sociais e ao investimento na saúde e na habitação. A transição climática receberá cerca de 3,5 mil milhões de euros e a digital 2,46 mil milhões.
A primeira tranche dos fundos que Portugal vai receber de Bruxelas, cerca de 2 mil milhões de euros, chega já em agosto e por isso importa debater a melhor forma de não desperdiçar nem um cêntimo da chamada "bazuca europeia".
O PRR responde às necessidades do país? O plano abre caminho a um futuro sustentável? O setor privado está devidamente contemplado? A sustentabilidade deve começar na mudança de comportamentos por parte de cada um?
Como o Estado, as empresas e os cidadãos podem contribuir para uma sociedade sustentável?
Estas são algumas questões que vão ser debatidas na Conferência Retomar Portugal sobre Sustentabilidade a realizar a 7 de julho entre as 10h00 e as 11h30.
A conferência será transmitida em direto nos sites do JN, da TSF e no Linkedin do BPI. Pode consultar o programa completo aqui.