Dislipidemia e a necessidade de mudar hábitos para evitar doenças cardiovasculares
A aterosclerose é uma doença da civilização. A dislipidemia é o principal fator de risco, mas o controlo dos níveis de colesterol não basta. É necessário mudar hábitos em sociedade.
Corpo do artigo
Má alimentação, consumo de alimentos ricos em gordura, falta de exercício físico são uma combinação comum na sociedade que conduz ao risco de doenças cardiovasculares. Se a aterosclerose é uma doença da civilização, um dos maiores fatores de risco é a dislipidemia, explica o professor Manuel Teixeira Veríssimo presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose (SPA).
"A aterosclerose é uma doença da civilização, associada aos novos estilos de vida na sociedade. Os fatores de risco são vários, mas há um que considero o principal, a dislipidemia", explica Manuel Teixeira Veríssimo. Ou seja, "o aumento do colesterol, particularmente do chamado "colesterol mau", o LDL, e, por vezes diminuição do colesterol protetor".
TSF\audio\2020\09\noticias\02\02_setembro_2020_pela_sua_saude_cardiovascular_tiago_santos
A doença cardiovascular continua a ser principal causa de morte em todo mundo e também em Portugal. Associada aos estilos de vida, obriga à mudança de hábitos da sociedade, explica o responsável da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose.
"A Sociedade Portuguesa de Aterosclerose tem como missão lutar contra esta doença da civilização. Não só contra a dislipidemia, mas também outros fatores de risco, como a hipertensão arterial, como a diabetes, como a obesidade, o tabagismo ou o stresse. São fatores de risco que favorecem o desenvolvimento da aterosclerose, uma doença de progressão lenta mas progressiva, a nível das artérias do nosso corpo, e, especialmente, a nível das artérias do coração, das coronárias", lembra.
Mudança coletiva
O aumento dos fatores de risco está diretamente associado às praticas do quotidiano. "Por um lado o mexer menos. A nossa sociedade tem tendência para fazer menos atividade física, mas também em comer em excesso, seja em excesso pela quantidade energética necessária, mas também a comer alimentos que favorecem o aumento destas doenças", considera o presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose.
"Comer a mais por um lado, mexer a menos por outro, tem como resultado a obesidade ou o excesso de gordura corporal. Basta dizer que mais de metade da população portuguesa é obesa, ou tem gordura a mais. É isto que esta na base da dislipidemia ou de outros fatores de risco da doença cardiovascular", explica Manuel Teixeira Veríssimo.
A Sociedade Portuguesa de Aterosclerose aponta como prioridade a educação da população para a atividade física regular, boas práticas à mesa, comer melhor para conseguir manter o peso dentro do nível considerado normal.
"Somos um país com pouca cultura médica, pouca educação para a saúde. A nossa população precisa de saber mais e melhor como prevenir estas doenças", considera do professor Manuel Teixeira Veríssimo.