"Tabaco, excesso de peso e sedentarismo são inimigos do coração" - Gonçalo Proença, cardiologista.
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A idade é um fator determinante no risco cardiovascular. Os mais idosos têm risco agravado, mas mesmo os mais jovens têm sempre um perfil de risco. "Ninguém tem risco zero", esclarece o coordenador dos serviços de cardiologia do Hospital de Cascais e especialista no Hospital Lusíadas, em Lisboa.
Gonçalo Proença afirma que nas primeiras fases da vida o nível de risco é quase sempre considerado baixo. Com o passar dos anos e com hábitos de vida menos saudáveis, os fatores de risco começam a surgir e a alterar o perfil de cada pessoa. Quantos mais fatores associados, maior é o risco desse doente e, nesse caso, a idade já não será determinante para evitar os episódios de enfarte ou avc. Há fatores de saúde intrínsecos ao próprio organismo, mas, na maior parte das vezes, são fatores comportamentais que fazem despoletar o aumento das probabilidades de ocorrência de doença. Fumar, excesso de peso e alimentação desequilibrada são apenas alguns exemplos de um estilo de vida desadequado. Por esta razão o especialista sublinha a importância de manter uma vida saudável e equilibrada desde muito novo. "Praticar estilo de vida saudável é ter bons hábitos alimentares com diversidade de alimentos, não fumar e evitar o sedentarismo", resume o médico adiantando que quando o risco cardiovascular atinge proporções demasiado elevadas só a medicação o consegue travar e controlar. Com a terapêutica adequada tomada regularmente seguindo a prescrição médica e com alguns cuidados é possível viver uma vida normal. "É possível desde que mantenha um controlo rigoroso da pressão arterial. É um esforço necessário para controlar a doença. O exercício físico também ajuda a minimizar o risco", observa Gonçalo Proença.
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Um estudo divulgado em 2020 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, intitulado "Prevalência de Fatores de Risco Cardiovasculares na População Portuguesa" concluiu que mais de metade dos portugueses são obesos ou pré-obesos e 43% têm hipertensão arterial. Os dados demonstraram que 68% da população apresenta dois ou mais fatores de risco para doenças cardiovasculares. As situações mais relevantes são a diabetes, o colesterol elevado, a hipertensão arterial, a obesidade e o tabagismo.
O mesmo estudo concluiu ainda que a população portuguesa deve estar mais atenta para controlar e melhorar os fatores de risco para as doenças cérebro e cardiovasculares. Outros dados indicam que mais de 70% da população tem uma dieta inadequada e quase 30% não pratica atividade física. Segundo a investigação, há muitos portugueses que desconhecem em que situação médica se encontram e doentes que não sabem a medicação que lhes foi prescrita. Os investigadores do estudo alertam que é necessário melhorar a literacia em saúde para mudar o cenário em Portugal.
"Pela Sua Saúde Cardiovascular" é uma iniciativa TSF com o apoio da Servier Portugal.